Desabando
IFSul vive impasse com prédio na reitoria
Instituição não tem R$ 1,5milhão necessários para recuperar estrutura; parte da área precisou ser isolada devido ao risco de queda
Gabriel Huth -
Um prédio de dois andares localizado no pátio da reitoria do Instituto Federal Sul-riograndense (IF Sul), na rua Gonçalves Chaves, coloca a direção da instituição numa encruzilhada, resume o atual reitor Flávio Nunes.
Um termo de ajustamento de conduta (TAC), celebrado entre a prefeitura de Pelotas e a instituição, estabeleceu que o local deverá ser restaurado. Um projeto para transformar o espaço num centro de cultura, aberto à comunidade e com oficinas para a população está pronto. A ideia é criar ali, um local para preservar a memória da antiga Fábrica Lang, que antigamento funcionava no local. No entanto, faltam recursos para a execução da obra, orçada em aproximadamente R$ 1,5 milhão.
Outro problema é que o prédio já apresenta problemas na edificação. Segundo as arquitetas da instituição, a estrutura do prédio está comprometida. Algumas rachaduras se formam entre a janela e a parede apresenta risco de queda. O estacionamento do entorno foi isolado pelo perigo de desabamento. No prédio funcionava o laboratório da antiga fábrica e a edificação sofreu muitas alterações, que precisam ser resgatadas com a revitalização.
O projeto
A arquiteta Marina Carvalho abre, na mesa do setor de projetos e engenharia do IFSul, plantas de como será o centro. "É um memorial interativo e a chaminé seria integrada ao prédio. Acho que aproximaria da comunidade", projeta a arquiteta e urbanista. O local já tem até nome, IFSul: Memória, Cultura, Formação e Cidadania e traçaria um paralelo na história da fábrica e da instituição de ensino. A ideia, explica, seria também a de inserir o IFSul na comunidade do entorno com atividades constantes no local.
O projeto está preparado para ser apresentado ao Ministério da Educação e ao Ministério da Cultura, fontes possíveis para financiar o restauro. "A gente não tem como precisar uma data porque estamos partindo em busca dos recursos. Hoje diversos campi do IFSul precisam de obras e não temos orçamento para esta específica", informa o reitor Flávio Nunes, que também reforça o coro de que a ideia pode aproximar ainda mais o Instituto da comunidade.
Num projeto feito por técnicos do Instituto, fala em promoção de políticas públicas voltadas à população em vulnerabilidade social e apenados em regime semiaberto. O ex-reitor e atualmente na assessoria da atual direção do IFSul, Antônio Carlos Brod é enfático ao tratar do tema, e acredita que o poder público municipal também deve entrar nesta luta para viabilizar a obra. "O funcionamento interessa a toda a comunidade artística, cultural, além da importância de um memorial contando a história da fábrica, que faz parte da história de Pelotas", opina.
Histórico
A Fábrica de Sabão Lang foi uma das primeiras indústrias do Rio Grande do Sul, fundada em 1864 pelo imigrante alemão Frederico Carlos Lang. Segundo estudos dos historiadores Mario Osório Magalhães e Carlos Alberto Ávila Santos, a fábrica foi a primeira indústria a não utilizar mão de obra escrava no Estado. A indústria de velas e de sabão funcionou até o ano 2000. A área foi adquirida pelo IFSul entre 2010 e 2011.
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