Incidente
Incêndio consome casas no residencial Haragano
Fogo começou na noite de terça-feira, mas trabalho dos bombeiros se estendeu durante a madrugada de quarta para controlar e evitar novos focos de incêndio
Reprodução -
Atualizada às 8h17min para acréscimo de informações*
Um incêndio de grandes proporções atingiu, na noite desta terça-feira (10), o residencial Haragano, no Dunas, bairro Areal, em Pelotas. Pelo menos seis casas foram consumidas pelo fogo.
Quem transitava pelas ruas da Bom Jesus e do Dunas conseguia ver de longe a espessa nuvem de fumaça. As chamas iniciaram em uma residência do bloco J e rapidamente se alastraram, para desespero dos moradores. Vídeos nas redes sociais mostram as pessoas assistindo ao incêndio sem nada poder fazer perante a intensidade do fogo. Algumas famílias perderam tudo.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, viaturas das guarnições do Centro e da Zona Norte precisaram ser deslocadas para atender a ocorrência. Já na madrugada desta quarta-feira, por volta da 1h os profissionais continuavam no local combatendo o surgimento de novos focos de incêndio.
Conforme a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, seis prédios foram atingidos, uma vez que são geminados. A unidade esclarece que não havia hidrande próximo ao condomínio, o que dificultou o trabalho dos bombeiros que precisaram sair do local para abastecer os caminhões.
Na manhã desta quarta, aina não havia nenhum boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e, ainda não há informações oficiais a respeito do que pode ter originado as chamas. Também não há relatos sobre feridos.
Reclamações
A tragédia vivida no residencial Haragano reacendeu um debate a respeito da qualidade da edificação, que faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida. O empreendimento foi entregue em 2014, com 280 unidades. Pouco tempo depois, no entanto, os moradores já reclamavam de problemas estruturais, como infiltrações, rachaduras e até mesmo a presença de ratos no forro.
Em 2016 o residencial foi motivo de audiência na Câmara de Vereadores quando moradores tomaram conta do plenário para reivindicar melhorias por parte da construtora. Entre as principais reclamações estava o material de construção. À época, a empresa responsável pela obra disse ao Diário Popular que as casas eram feitas no estilo wood frame - utilizando camadas de madeira tratada, com isolamento acústico e térmico, revestidas com gesso acartonado e placas cimentícias.
Em janeiro de 2018 a síndica Daura Regina Medeiros disse à reportagem do Diário Popular que: "Os armários de luz estão rachados, quase caindo, com fios derretendo. A CEEE já avisou que a qualquer hora pode dar incêndio e morrer gente aqui.” Na época, o pátio apresentava piso e tampas quebradas expondo fios elétricos que, com o acúmulo de água da chuva, davam choques e viraram armadilhas para as crianças.
Na noite desta terça o assunto voltou a ser questionado, dessa vez nas redes sociais. “Quando recebemos as casas perguntamos se havia risco de um incêndio se alastrar entre as residências e nos garantiram que não. Já estamos há quatro anos com um processo e não resolvemos esse problema“, relata uma moradora.
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