Preocupação

Insegurança para alunos do Instituto Assis Brasil

Marquise condenada está interditada e não há previsão de obras para correção do problema

Carlos Queiroz -

Desde fevereiro, uma marquise no Instituto de Educação Assis Brasil (IEAB) causa certo receio à comunidade estudantil. Segundo a direção, o espaço foi interditado após uma vistoria da 5º Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop). Desde então, sem verbas, a forma encontrada pela instituição de separar o local foi colocando quadros de salas de aula antigos como tapumes.

Segundo o vice-diretor geral do Instituto, Vanderley Gutierres, a situação começou em 2019, quando a direção solicitou que uma vistoria fosse realizada no prédio após algumas situações estruturais serem notadas. Ele conta que, já na época, os mesmos problemas haviam sido notificados. Com a chegada da pandemia e a ausência física dos alunos, no entanto, a questão ficou em segundo plano. No dia 16 de fevereiro deste ano, uma nova vistoria foi realizada pela Crop para uma reavaliação. Após o novo procedimento, foi constatado que uma das marquises que fazia a cobertura do pátio interno da escola estava condenada e a área deveria ser interditada.

O documento emitido pela Coordenadoria pedia que a área fosse isolada com tapumes de construção. Sem recursos para realizar a interdição adequadamente, Gutierres conta que foi feito o que estava ao alcance. “Nós fizemos como podíamos. Pegamos alguns quadros antigos e isolamos a área”, aponta o gestor. Com a decisão, a vice-diretora do turno da tarde, Margarete Hirdes, conta que o local está isolado quase desde o início do ano letivo e foi proposta uma mudança na mobilidade. “Os alunos do Ensino Fundamental entravam pela Antônio dos Anjos e os da Educação Infantil pela Anchieta, mas agora estamos realizando a entrada de todos os servidores e alunos pela porta principal”, pontua Margarete.

A instituição tem atualmente 1,7 mil alunos, divididos em turmas desde a Pré-Escola, passando pelos Ensinos Fundamental e Médio, até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), Magistério e Educação de Surdos, com atividades nos três turnos. Apesar da alteração na mobilidade dentro da escola, a vice-diretora entende que os problemas na estrutura do Instituto são visíveis. “Mesmo se a gente fizer um olhar nada crítico, a gente já vai perceber. O teto do ginásio está caindo, aqui é um prédio muito antigo e com infiltrações. Então é visível a precariedade que está o Assis Brasil”.

A interdição completará três meses nos próximos dias. Gutierres conta que, desde o início, a direção do IEAB não foi contatada pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5º CRE) sobre as próximas medidas a serem tomadas. “O que recebemos é muito pouco. Estamos no aguardo da 5ª CRE, mas, até o momento, nada. Estou até pensando em chamar os colegas, comprar o suporte de ferro e dividir entre nós”, relata o vice-diretor.

Problemas além da marquise
O Instituto de Educação Assis Brasil foi fundado em 1929, mas o educandário só passou a ocupar o característico prédio situado na rua Antônio do Anjos mais tarde, em 1942. Hoje, 80 anos após a chegada ao endereço atual, a instituição continua como uma das maiores da rede estadual de Pelotas, e apresentando problemas que vão além da marquise.

As paredes mofadas devido às infiltrações existentes no prédio estão por toda parte. Na biblioteca, foi necessário mudar os livros de lugar para que não estragassem. O telhado de espaços como o refeitório e o ginásio apresenta telhas quebradas e, nos dias de chuva, o pátio interno da escola alaga. A pintura antiga entrega a falta de reparos. Para Margarete, o estado do Instituto é sinônimo de insegurança à comunidade. “Eu fico apavorada, porque aqui é um estabelecimento de educação. Como eu vou garantir a integridade física dos estudantes com essa estrutura? Não há garantia de segurança”, desabafa.

A gestora trabalha na escola há 16 anos. Gutierres está no IEAB há oito. Ao longo do período, ambos relatam que nunca viram grandes reformas sendo aplicadas na estrutura. Para o vice-diretor, uma revitalização seria essencial para aumentar não apenas a segurança, mas também a autoestima dos alunos. “É problemático termos uma escola assim. Teríamos que ter uma reforma para oferecer uma boa escola, para o aluno ter a autoestima de pensar: ‘eu estudo em uma escola boa’”, finaliza.

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