Atitude

Largo recebe Brechó da Solidariedade

Atividade voltada aos funcionários terceirizados que fazem a limpeza da UFPel será nesta terça-feira, às 16h, em frente ao Mercado Central

Gabriel Huth -

A solidariedade de alunos e professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tem gerado esperança para uma categoria de trabalhadores. Funcionários terceirizados da limpeza da universidade, sem garantia de que continuarão a ocupar os postos de trabalho frente ao término do contrato com a empresa licitada, terão um dia para arrecadar recursos e garantir renda para os próximos meses. É o Brechó das Curicas, iniciativa que tem amparo do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (Nugen), do Centro de Letras e Comunicação e da Escola de Educação Física (Esef) da UFPel. O brechó ocorre nesta terça-feira (7), das 16h às 22h, no largo Edmar Fetter, em frente ao Mercado Central. O projeto Erica (Exercise Research in Cancer) da escola também estará presente, oferecendo informações sobre atividade física e prevenção do câncer de mama.

As funcionárias da empresa Click Serviços Especializados de Mão de Obra vivem em apreensão nos últimos meses. O contrato da empresa com a UFPel expira no dia 17 e outra licitada deve assumir o serviço, deixando dúvida a respeito da recontratação do grupo. Uma das trabalhadoras, que se denominam "curicas" (ela prefere não ser identificada) afirma que a empresa não oferece resposta definitiva a respeito do desligamento dos funcionários que fazem a limpeza dos prédios da UFPel. "A gente liga para a empresa e eles não dizem nada", relata a trabalhadora, que também afirma estar recebendo o salário atrasado nos últimos dois meses. "Não sei se vamos receber em novembro", diz. Ela faz faxinas em residências pelo turno da manhã como alternativa de renda.

Esclarecimentos da UFPel
Em nota de esclarecimento publicada no site da universidade, a Pró-Reitoria Administrativa diz que, considerando que o contrato que a UFPel mantém com a Click expira neste mês, foi lançado processo licitatório para nova contratação. A nota também ressalta que, enquanto o atual contrato permanecer vigente, a contratada deve cumprir com todas as suas obrigações, como pagamento em dia de salários, vale-alimentação, vale-transporte e demais obrigações trabalhistas.

"A UFPel reconhece a relevância dos serviços prestados pelos funcionários terceirizados de limpeza e, na qualidade de contratante e fiscalizadora do contrato, coloca-se à disposição da comunidade para eventuais esclarecimentos, por meio do Núcleo de Gestão de Serviços Terceirizados", esclarece a nota.

O pró-reitor administrativo, Ricardo Peter, afirma que normalmente a empresa responsável pelo serviço contrata os mesmos funcionários que já trabalham na universidade. A diferença é que nesta licitação a universidade pediu por equipamentos móveis que devem aumentar a produtividade do trabalho de limpeza, consequentemente diminuindo o número de funcionários requisitados. Apesar disso, Ricardo ressalta que o número de postos de trabalho é definido pela vencedora da licitação, não cabendo à instituição decidir quantas vagas serão ocupadas. Atualmente, 199 trabalhadores fazem a limpeza dos campi da UFPel.

Solidariedade
Mas o medo do desemprego não paralisou um grupo de funcionárias da limpeza dos campi, em especial da Esef. As "curicas" se uniram em prol do evento com a esperança de que, a partir do trabalho em grupo, venham lucros para o sustento das famílias envolvidas. Fernanda Woziak, 21, estudante de Educação Física, é integrante da atlética do curso, que decidiu ajudar a angariar roupas e divulgar o evento. Foram arrecadadas 560 peças de roupas pelo grupo. Toda renda gerada pela venda das roupas, acessórios e sapatos irá pra sustento dos funcionários.

Eliane Pardo, coordenadora do Nugen, explica que o evento faz parte do 1º Congresso de Gênero e Diversidade Sexual da UFPel e tem apoio também da Secretaria de Cultura do município, que cedeu o largo Edmar Fetter para o brechó. Acima de tudo, a iniciativa nasce de uma ideia de economia solidária e empoderamento das funcionárias terceirizadas da universidade. Eliane também conta que as trabalhadoras têm ambição de investir na feira, fazendo dela um negócio. Outra alternativa é de que o brechó se torne um projeto de extensão da UFPel.

A sede da empresa em Pelotas, procurada pela reportagem, informou que o contato deveria ser feito com a sede em Porto Alegre. A seleção é feita em Pelotas, mas quem lida com assuntos a respeito dos funcionários é a unidade na capital. No entanto, até o fechamento desta matéria, a Click não havia atendido as ligações.

amanh

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