Pandemia

Mais da metade de quem vive nas favelas não se previne da Covid

Dados foram revelados por pesquisa do Datafavela, em parceria com o Instituto Locomotiva e a Cufa

Reprodução -

Por: Daniel Mello, da Agência Brasil

Mais da metade dos moradores de favelas, 51%, não consegue seguir as medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus (Covid-19) como gostaria, mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Datafavela, em uma parceria entre o Instituto Locomotiva e a Central Única das Favelas (Cufa). Foram ouvidas 3.321 pessoas.

Segundo o estudo, 39% dos residentes nessas comunidades estão procurando seguir as recomendações de isolamento social e uso de itens de proteção, mas nem sempre conseguem; enquanto 12% disseram que simplesmente não conseguem incorporar as medidas em suas vidas. Os que estão procurando se prevenir e não têm encontrado obstáculos somaram 41% e 8% disseram que não estão nem tentando se prevenir.

A situação das moradias nas favelas também dificulta o isolamento. De acordo com a pesquisa, em 48% dos domicílios dessas comunidades vivem entre quatro a sete pessoas. Porém, 59% das casas têm no máximo dois quartos. Na média geral, dormem 2,6 pessoas por quarto.

“Se um trabalhador se contamina, ele não consegue deixar alguém do grupo de risco isolado dentro da própria casa”, disse o presidente o Instituto Locomotiva, Renato Meireles.

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72% apontaram a necessidade de trabalhar e manter a renda como principal motivo.

45% também responderam que não acreditam que precisam seguir todas as medidas e 39% não acham que a doença seja “tão grave”. 

24% dos residentes de favelas saíram de casa todos os dias na última semana; 11% deixaram a residência em seis dias, ficando em casa apenas um, e 15% estiveram na rua por cinco vezes no período, o que mostra que metade dessa população não ficou em casa por mais de dois dias em uma semana.

30% conseguiram manter um isolamento mais rígido, saindo apenas um ou dois dias na semana.

O principal destino fora da residência foram os supermercados, por onde passaram 85% dos ouvidos pela pesquisa. Em segundo lugar, 71%, vem a região no entorno de casa, quando a pessoas foi para algum lugar nas imediações do local em que vive.

Usaram o transporte público 52%, e foram ao trabalho 48%.

80% das famílias de favelas estão vivendo com menos da metade da renda do que antes da pandemia.

35% chegaram a perder todos os rendimentos

45% tiveram uma redução drástica, que levou a renda familiar para menos da metade do que era.

11% perderam metade do que ganhavam e 5% que tiveram uma queda menos severa do que costumavam receber.

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