Prevenção

Mais de 850 abrigados receberam vacina da gripe em Pelotas

Em Pelotas, a aplicação do imunizante acontece em abrigos da Prefeitura e não oficiais desde a abertura

Foto: Jô Folha - DP - Medida se dá para garantir a segurança e bem-estar dos abrigados

O governo do Estado divulgou que a campanha de vacinação contra a gripe (Influenza) chegou a 81% dos abrigos gaúchos. Ao todo, 76 cidades do RS participaram da ação, totalizando 21.391 aplicações de doses do imunizante em 655 abrigos. Em Pelotas, conforme a diretora de Vigilância Ambiental, Aline Machado, o Município de Pelotas já vacinou todos os abrigos oficiais e iniciou a vacinação também nos abrigos não oficiais. A vacinação na cidade teve início logo na abertura dos abrigos e, até a tarde de quinta-feira, 868 doses foram aplicadas entre os abrigos do Município e privados. Além da vacina contra a gripe, foi manejado o imunizante para difteria e tétano (dT).

O abrigo da AABB, na rua Alberto Rosa, 580, foi um dos espaços que seguiu a campanha na semana anterior. A enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alessandra Martins, responsável pelo setor da vacinação do abrigo, explica que foram disponibilizadas doses dos principais imunizantes, como da tríplice viral, antitetânica e da gripe. As vacinas foram aplicadas em todas as crianças e adultos acolhidos que aceitaram receber a proteção, além dos colaboradores que tiveram a opção de tomar a vacina. “Agora, a gente vai fazer um levantamento com as crianças para ver, as que têm carteirinha, quais vacinas estão faltando, que serão feitas em outra oportunidade”, disse a enfermeira.

De acordo com a profissional da saúde, a maioria dos acolhidos que foram imunizados na AABB são moradores de bairros em zonas de risco alto, mas que não foram atingidos. Com a estabilização mais recente dos níveis das águas, essas pessoas acabaram retornando para suas residências. “Naquela semana, estávamos com 140 pessoas abrigadas. Se eu não me engano, foram feitas umas 40 doses de Influenza, algumas de tríplice viral e algumas de duplo adulto (difteria e tétano)”, concluiu.

Nas Três Vendas, o abrigo instalado na Escola Superior de Educação Física (ESEF), na rua Luis de Camões, 625, também foi envolvido no processo de imunização dos acolhidos. O levantamento de quinta apontava que a ESEF recebia 46 famílias, com 116 pessoas. A enfermeira da SMS, Franciele Lima, coordenadora da imunização no local, diz que inicialmente foi efetuada uma verificação das pessoas que não haviam sido vacinadas e, assim, realizada a aplicação de doses de um primeiro grupo. Agora, uma nova pesquisa será feita entre os abrigados para identificar quem ainda está desprotegido, não só por falta da vacina da gripe como por potenciais brechas na cartilha de imunização. “A vacina [da gripe] já abriu para todos abrigos, então todo mundo que está dentro do abrigo pode ser vacinado”, destacou a enfermeira.

Momento pede atenção à saúde
Ao DP, a médica infectologista Danise Senna explica que a imunização nos abrigos para a gripe é importante, sendo que nestes locais há aglomeração de grande número de pessoas em ambientes fechados e com pouca ventilação, e no contexto de inverno, a ventilação se torna ainda mais precária. “Fazer com que o imunizante chegue no local onde estão as pessoas mais vulneráveis, como nos abrigos, é de suma importância nesse momento”, aponta a infectologista.

Além da vacina para Covid-19, Senna salienta a necessidade de imunização para tétano (ativa e passiva), visto que nas enchentes há muitos feridos com arranhões, escoriações e cortes. Outra vacina a ser considerada após acidente é da raiva (imunização ativa e passiva), após mordida de cães, gatos ou outros mamíferos de risco. Demais doenças, como hepatite A e dengue, também preocupam a médica, pois existe o imunizante, mas não pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Esperamos conseguir liberar a vacina para a hepatite A para, pelo menos, controle de surtos”, declarou.

Segurança e bem-estar
Alojada no refúgio da ESEF há pouco mais de duas semanas, Maria Eduarda Cardoso, 25 anos, foi uma das pessoas que recebeu o imunizante da gripe. Mãe de três filhos, não titubeou ao saber da oportunidade de vacinação de outras doses no abrigo, e ajustou por completo a carteira de vacinação da família inteira. “Eu acho muito importante, porque aqui a gente tem tudo que a gente realmente precisa pra não precisar sair para fora, então eu acho bem importante porque é segurança, segurança de ter tudo que a gente precisa”, definiu Maria Eduarda.

Um dos filhos de Maria Eduarda sofre com problemas causados pela asma, e por isso, é preciso ainda mais atenção quanto à prevenção. Outro ponto que tranquiliza a mãe é a presença de vários profissionais da saúde no abrigo, que estão disponíveis a qualquer momento para ajudar. “Ainda mais por ele, porque em casa a gente sofre bastante com a questão dele estar sempre atacado. E não tem um médico presente com ele, tem que estar saindo para a UPA, e essas coisas demoram bastante. Então, aqui é um processo bem rápido”, acrescentou. ​​

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