​Prefeitura de Pelotas deu início à ação compartilhada que busca aperfeiçoar o manejo da vegetação na orla da Lagoa dos Patos, incluindo o Laranjal e a Z3, perfazendo a região entre o Pontal da Barra e a Colônia de Pescadores Z3. A atividade será desenvolvida por meio de trabalho integrado entre as secretarias municipais de Qualidade Ambiental (SQA), Desenvolvimento Rural (SDR) e Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), com ênfase no verão, considerando que é a época da manutenção mais recorrente e que a população frequenta mais os locais. O novo formato de atuação se estenderá ao longo de 2024.

Vistoria técnica, realizada na quinta-feira (21), com profissionais da SDR, promoveu mais uma etapa de capacitação e avaliação da área. A proposta busca, dentre outras atividades, o manejo seletivo da vegetação, preservando as características ecológicas e paisagísticas da orla, além da remoção das espécies exóticas e exóticas invasoras e, consequentemente, a conservação de espécies nativas, com especial atenção para as ameaçadas de extinção. 

Conforme o secretário de Qualidade Ambiental, Eduardo Schaefer, a pasta vai autorizar a remoção das espécies exóticas para a proteção da biodiversidade local. O trabalho vai contar com a capacitação de servidores para o manejo. "A ideia é aperfeiçoar o trabalho, que é de competência do Município, com o olhar mais detalhado desse processo de manejo da vegetação e limpeza da orla, junto dos operadores de máquinas e equipes que recolhem os materiais. Além disso, trabalhamos, também, com a divulgação dessas espécies e a conscientização da comunidade com o manuseio de resíduos, para o uso mais sustentável da beira da praia, minimizando os impactos", observou.

Como vai se dar o trabalho

Entre a Z3 e a ponte do Totó, cerca de 3,6 quilômetros de extensão, o manejo da vegetação será realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural. Entre a ponte do Totó e o Pontal da Barra, o trabalho será executado pela Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura. Algumas espécies conhecidas como agave, yuca, mamona e cana-do-reino serão alvo de supressão, com remoção total das raízes, enquanto o capim-annoni, a grama-bermuda e o carrapicho serão roçados. 

Espécies

Espécie exótica é aquela que está fora da sua área natural de distribuição. As plantas exóticas invasoras são aquelas que, quando estabelecidas no novo ambiente, podem ser motivos de problemas ambientais e econômicos. As espécies exóticas invasoras descaracterizam a orla da Lagoa dos Patos e representam risco para a biodiversidade, pois produzem alterações em processos ecológicos naturais, tendendo a se tornar dominante, com diversos reflexos negativos, entre eles, a alteração da paisagem.

Participaram da visita técnica a chefe de gabinete da SQA, Viviane Dorneles, a bióloga da SQA, Camila Bonilha, o engenheiro-agrônomo da SDR, Manoel Jaccottet, o operador de trator da SDR Leonardo Pedroso e a gestora ambiental da SDR, Mariana Silva.