O emprego em Pelotas dá sinais de recuperação após encerrar 2016 com um saldo negativo de 2.318 vagas. Até outubro deste ano, mês que trouxe 547 vagas, o déficit de empregos na cidade não chegava a 300. O ano de 2018, porém, é incerto na economia. As vagas ainda são destinadas prioritariamente a pessoas com experiência comprovada em carteira.

Segundo Francisco Vargas, coordenador do Observatório Social do Trabalho, o município sofre com resquícios da crise econômica que abalou o país. “Foi ruim para todos os setores”, lembra, citando o déficit de vagas visto em praticamente todas as atividades. A única exceção é o ramo de serviços, que apresentou acréscimo de 221 vagas desde janeiro. O setor, inclusive, é o responsável por empregar 49% dos trabalhadores da cidade. Apesar deste cenário, em comparação a 2016 as vagas de emprego cresceram no município.

O mês de outubro incluiu 547 novas pessoas no mercado de trabalho, um saldo extremamente positivo se comparado aos outros meses do ano. Foram 2.282 contratações frente a 1.735 desligamentos. O setor que mais cresceu no período foi o da indústria, com 527 vagas. A construção civil foi a que mais decaiu, com um saldo de 85 postos a menos. Já o comércio contratou 700 pessoas e demitiu 623, apresentando tímido aumento de 77 vagas.

De acordo com Francisco, a expectativa é de que o mês de novembro supere outubro no saldo de vagas. A indústria de conservas e o comércio devem impulsionar o crescimento devido aos empregos temporários gerados ao final do ano. Os dados do período serão divulgados nos próximos dias pelo Observatório. O próximo ano ainda é incerto, mas a expectativa é de que a economia melhore gradativamente.

Na agência do FGTS/Sistema Nacional de Emprego (Sine) são oferecidas diariamente cerca de 50 vagas. Paulo Maurente, coordenador do local, afirma que o número vem se mantendo desde o início do ano e, quando há oscilações, elas são positivas. “No Sine, o ano em geral foi bom”, avalia. A maior oferta de vagas na agência também é na área de serviços gerais.

Para se habilitar a um dos cargos oferecidos pelo Sine é necessário ter experiência, mas isso não é o suficiente. Fora das estatísticas, Margarete Gomes está há um ano desempregada e diz que nunca teve tanta dificuldade antes para conseguir um emprego. “Deve ser por causa dessa crise”, acredita. Enquanto não consegue ingressar no mercado, trabalha informalmente. O objetivo ainda é assinar a Carteira de Trabalho novamente.