Preocupação

Nível da Lagoa dos Patos sobe e acende alerta para inundações

Defesa Civil tem monitorado avanço da água, que já alagou vias em Pelotas e Rio Grande

Foto: Carlos Queiroz - DP - Equipes da Defesa Civil estão monitorando a região

Alagamentos em Rio Grande e em Pelotas têm sido registrados desde domingo (26), devido ao escoamento da cheia histórica do Guaíba pela Lagoa dos Patos. O percurso das águas causou o aumento de 50 centímetros somente no nível medido na Praia do Laranjal. Já as inundações ocorreram na Colônia Z-3 assim como na Ilha da Torotama e dos Marinheiros. De acordo com a Defesa Civil, com a previsão de chuva e continuidade do vento em direção nordeste, as cheias na Zona Sul podem ser ainda mais intensas. Diante da situação, moradores do Pontal da Barra tiveram reunião com a Prefeitura em busca de solução para a estrada de acesso ao local.

Em alerta amarelo desde a última quarta-feira, as equipes da Defesa Civil têm monitorado diariamente as região próximas à Lagoa dos Patos. Conforme o coordenador de Pelotas, Sargento Fernando Bizarro, no final de semana, a água chegou na altura do joelho em algumas localidades da Colônia Z-3. "Estamos providenciado um retiro para o acolhimento deles", diz. Com o nível da Laguna aumentando de 1,3 metro para 1,8 metro em poucos dias, o coordenador explica que a parte positiva é que a água tem subido, mas baixado durante as madrugadas. Entretanto, a previsão até sábado é preocupante. "Temos que contar com um pouco de sorte".

Cheias e reivindicação por estrada

Outra consequência do aumento do nível da Lagoa dos Patos é o dano causado à passagem provisória executada pelo Município na estrada do Pontal da Barra para a circulação dos moradores. Desde as últimas cheias, em setembro, quando a via foi totalmente destruída pela água, não há acesso adequado à localidade. Após reivindicação da comunidade, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) esteve na via na tarde de ontem para uma reunião emergencial com os atingidos.

Com a presença de cerca de 50 pessoas, a gestora informou que, aconselhado pelo Ministério Público (MP), o Município irá buscar o licenciamento ambiental para a execução de uma estrada definitiva. O projeto deverá ser finalizado em 90 dias e o orçamento inicial é de R$ 9 milhões, recurso que será reivindicado junto à Defesa Civil Nacional. "Até porque é uma comunidade que está isolada e temos o decreto de situação de emergência". Enquanto a solução não é viabilizada, Paula afirma que barcos com equipes médicas deverão atender a comunidade semanalmente.

Com o aumento do nível da Lagos dos últimos dias, parte da passagem improvisada para a população na estrada foi danificada e mais uma vez é necessário atravessar o trajeto de cerca de dois quilômetros pela água. Com a impossibilidade de circulação, os pescadores têm escoado os pescados e comercializado os produtos em Rio Grande.

Inundações em Rio Grande

O avanço da água em Rio Grande impediu, na manhã de ontem, que o transporte coletivo circulasse nas Ilhas da Torotama e do Marinheiro. Conforme o ordenador da Defesa Civil do Município, Rudimar Machado, nas duas localidades as inundações ocorrem rapidamente, ainda mais com o cenário atual, de vento favorável propiciando uma vazão acelerada da cheia do Guaíba. "Se o vento, que deve permanecer até sexta-feira, aumentar e chegar até 40 quilômetros por hora, nós vamos ter os mesmo problemas das cheias passadas", explica.

Machado destaca ainda que as precipitações na região do Guaíba e Vale dos Sinos registraram 1,5 metro a mais [de água] do que a cheia de setembro. "Temos um gráfico bem contundente da água descendo". Em Rio Grande, as equipes estão montando abrigos e preparando um plano de contingência. "As águas estão subindo muito e já temos equipes em monitoramento nas ilhas".


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