Proprietários e funcionários de açougues da cidade saíram às ruas na tarde de ontem para protestar contra as novas regras para o comércio de carnes e frios. A carreata teve início na avenida Duque de Caxias e seguiu até a prefeitura de Pelotas, onde permaneceu por alguns minutos, com a intenção de atrair a atenção dos gestores públicos para a causa. Mais de 50 pessoas afetadas pelas novas exigências participaram do protesto.

A medida, estabelecida pelo governo do Estado, esteve em pauta ao longo do ano passado mas, após a reação contrária dos trabalhadores, foi estabelecido um prazo para que os açougues se adequassem às novas normas.

Os estabelecimentos teriam até 2019 para se adaptar. Mas, uma nota técnica publicada no final de abril no Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul voltou a preocupar os empresários. Segundo o documento, a Vigilância Sanitária deve começar a cobrar a adequação às regras desde já.

As novas regras impedem a elaboração e manipulação de alimentos, coisas que configuram, segundo a portaria, atividade industrial. Aos açougues, deverá ser permitida somente a comercialização. Segundo o chefe de departamento da Vigilância Sanitária de Pelotas, Sidnei Louro Júnior, a medida foi decretada com o objetivo de melhorar a segurança alimentar do consumidor.

O que preocupa os proprietários dos mais de 300 açougues de Pelotas é a queda nas vendas que a medida poderá causar, gerando dificuldades na estabilidade financeira dos açougues e também desemprego. Para Paula Berny, proprietária do Ki-Carne, isso favoreceria grandes empresas, em detrimento dos pequenos empresários. “Isso é preocupante porque prejudica os pequenos e favorece os grandes”, opina.

Confira o quea medida proíbe
►Salga
►Produção de embutidos, empanados e carnes temperadas
►Abertura e fracionamento de embalagens de cortes e miúdos de frangos
►Abertura e fracionamento de carnes temperadas
►Produção de guisado antes da venda. Deve-se moer a carne apenas no momento da venda