(Foto: Jô Folha - DP)

Em um ano no qual a crise financeira esteve no centro dos holofotes, diversas obras e reestruturações foram feitas em Pelotas. Em julho, o Diário Popular compilou quais eram os principais projetos de diversas secretarias municipais para o semestre final de 2018. A readequação dos projetos e alguns atrasos marcaram importantes edificações, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Bento Gonçalves. Algumas das principais vias de deslocamento também viraram canteiro de obras, com grande parte delas prevista para se encerrar em 2019.

O ex-secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Paulo Morales, pasta responsável, entre outras atribuições, pela elaboração de projetos, diz que soluções para as dificuldades financeiras são difíceis. “Com certeza (a crise) está impactando.” A saída tem sido alterar prazos e postergar projetos para se adaptar à nova realidade econômica. Acertando contratualmente com algumas construtoras, alguns repasses são diminuídos para não parar as obras, culminando em atrasos. É o caso do Ginásio João Carlos Gastal, anexo ao Colégio Municipal Pelotense. Ele teve diversos prazos de entrega, com o primeiro sendo em agosto de 2016. Agora, Morales acredita que a entrega será feita no início desse ano, pois faltam apenas detalhes do acabamento.

Obras como a rua General Osório e as avenidas 25 de Julho e Espírito Santo foram entregues. Outras avenidas, como Domingos de Almeida, Duque de Caxias e Juscelino Kubitschek, devem ser concluídas no mês de março, assim como o Calçadão. A Ildefonso Simões Lopes está também praticamente pronta, faltando uma rótula na esquina do Cemitério São Lucas. Em alguns casos, a população reclama que, por partes da obra já estarem sendo utilizadas, problemas estruturais surgem. Morales explica que a obra é contratada como um serviço global e, quando entregues, tudo o que é previsto em contrato deve estar em perfeito estado. “Quando entregar, tem que ser como está no contrato. Não tem um custo a mais para a prefeitura”, garante. Por esse mesmo motivo também, algumas empresas optam por colocar o mobiliário urbano, como gradis, lixeiras e proteções apenas na reta final, evitando arcar com os custos de substituição. 

As obras da rua Marechal Deodoro seguem em execução. Dividida em três setores, o primeiro, entre a Guilherme Wetzel e a avenida Bento Gonçalves, está 95% concluído. A previsão é de que o segundo setor, entre a avenida Dom Pedro II e a rua Marechal Floriano, seja iniciado no segundo dia de janeiro. Ruas como Paulo Guilaym, Pedro Osório de Brito e a Estrada do Engenho, todas na Balsa, e o final da Rafael Pinto Bandeira e a avenida Espírito Santo estão concluídas, bem como a Cláudio Joaquim Piquet e a jornalista Guerreiro Vitória, no Dunas. Todas passaram pelo processo de melhorias no asfalto e em seu entorno.

Na saúde, reinaugurações, mas sem prazo pra UPA da Bento

A previsão para a área da saúde, em junho, era de reinaugurar quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) que passavam por processos de requalificação. Vila Nova, Virgílio Costa e Lindoia foram inauguradas ao longo do semestre. Já a UBS Darci Abuchaim, no Fragata, precisou de um aditivo no contrato e, segundo a secretária Ana Costa, deverá ser entregue em um período de três a quatro meses. O Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), requalificado com mão de obra prisional, deverá ficar pronto na metade do ano, com 75% do processo concluído. Para 2019, a UBS Balsa, também sendo recuperada através de mão de obra prisional, a ampliação da UBS Getúlio Vargas e a reforma da UBS Puericultura deverão ser entregues.

(Foto: Marcel Ávila - ASCOM)

Já a UPA da avenida Bento Gonçalves segue sem previsão de ser reaberta por questões financeiras. A obra, em si, está quase concluída. Segundo a secretária, seriam necessários de 30 a 60 dias para terminar os trabalhos, precisando também da instalação de um gerador. No entanto, segue em discussão sobre como funcionará a manutenção financeira do espaço. “Seria um risco incalculável abrir uma UPA hoje”, resume, citando o pouco financiamento e as incertezas do futuro. A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) surge como um possível parceiro para aproveitar pelo menos parte da estrutura.

Assistência Social deve inaugurar Cras

O Centro de Referência em Assistência Social (Cras) das Três Vendas ganhará novo espaço, no Getúlio Vargas. Será inaugurado entre março e maio, segundo o secretário Luiz Eduardo Longaray. “Está dentro do cronograma”, garante. Após ele, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da rua General Osório, ao lado da UBS Osório, deverá ter a obra iniciada, para ser entregue em 2020. As novas estruturas empolgam o secretário, que comemora o retorno dos investimentos em estrutura. “Desde o início da década de 1990, não se fazia nada na área de assistência social.”

Na Zona Rural, uma das três pontes prometidas foi concluída

A matéria do Diário Popular em julho previa a construção de três pontes de concreto por parte da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A da Colônia Maciel foi concluída, enquanto uma na divisa com São Lourenço do Sul e outra na Colônia São João seguem sem conclusão. Foram recuperados e passaram por manutenção 1,2 mil quilômetros de estradas, dos 1,3 mil previstos. Além disso, 69 pontes de madeira e bueiros foram reformados. Segundo Jair Seidel, titular da pasta, as chuvas obrigam a fazer múltiplas reestruturações em locais repetidos. Para 2019, prevê dois projetos de rede de água.

No saneamento básico, alguns atrasos

Das obras prometidas em julho, a drenagem na Guabiroba foi concluída. Serviço igual seria feito no Laranjal, mas após o início, a necessidade de um novo licenciamento ambiental suspendeu os trabalhos. A previsão é de concluir em 90 dias úteis a partir da liberação da licença. O mesmo serviço, na avenida Bento Gonçalves, continua e deve ser concluído em 30 dias de trabalho. As redes de esgoto nos loteamentos São Conrado e Vila Bela foram entregues. Já a recuperação do reservatório de água do Laranjal foi interrompida pela empresa e, com apenas 37% concluído, o segundo colocado deverá ser chamado para dar continuidade.

(Foto: Rafael de Lima - ASCOM)

O diretor-presidente da instituição, Alexandre Garcia, garante que a multa foi aplicada à outra empresa.
Ele relembra duas obras de drenagem que considera importantes, nas ruas Desembargador André da Rocha e Andrade Neves. Para o próximo ano, devem ser concluídas as obras na rua Barão de Santa Tecla, com 60% já feito. Foram substituídos também 25 mil metros de tubulação de águas antigas. Essas substituições devem ser ampliadas no próximo ano. No momento, está sendo feito trabalho similar nas obras da Deodoro, passando por Uruguai, até a 3 de Maio. A substituição vem sendo feita antes de asfaltamento ou recapeamento das vias para evitar obras futuras em estruturas novas. Em 2019, a Estação de Tratamento de Água (ETA) São Gonçalo e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Novo Mundo também deverão ser inauguradas.

Secretaria de Obras  combateu buracos nas ruas

Uma das principais avenidas da cidade, a São Francisco de Paula, teve repavimentação iniciada em agosto do ano passado. Neste ano, sete mil metros quadrados de pavimento foram recuperados em bloco unistein. Segundo o secretário de Obras e Pavimentação, Luiz Eduardo Tejada, mais sete mil metros quadrados são previstos para o próximo ano. A questão financeira também precisou ser adequada. “Com a crise, tivemos um contingenciamento (...) alguns cortes para adaptar a essa realidade”, lamenta. Pelo menos duas obras de capeamento asfáltico, previstas para 2018, não foram concluídas. São as ruas 9 do bairro Navegantes e a Alberto Rosa, próximo ao Quadrado. “Começaremos (o ano) focados em terminar o que faltou”, garante. Ele diz ainda não ter recebido da prefeita o orçamento de 2019.
A Operação Tapa Buraco também teve continuidade neste ano, com 6,1 mil metros quadrados de obras. “Obviamente não atendemos tudo, a demanda é grande”, lamenta.