Saúde pública

Ocupação de leitos pediátricos alcança 100%

Com recorrência de lotação, mães apontam falta de atendimento adequado a crianças na rede municipal

Foto: Carlos Queiroz - DP - Comunidade está preocupada com lotação dos espaços de atendimento

A alta demanda por atendimento pediátrico no Pronto-Socorro de Pelotas (PS) registrada nos últimos dias pode ser considerada reflexo de dois fatores: a alta de casos de doenças respiratórias em contraponto à falta de serviço médico na rede básica de saúde. Desde segunda-feira, a taxa de ocupação dos 46 leitos pediátricos da rede hospitalar do Município é de 100%. Além disso, as mães reclamam da falta de profissionais especializados para o acolhimento de crianças e bebês no serviço público.

Desde o final de julho, o quadro de ocupação máxima nas alas pediátricas do PS e hospitais têm sido recorrente. No início da semana, havia 11 crianças no Pronto-Socorro aguardando internação e quatro na sala destinada a casos de urgência e emergência, sendo que um dos pacientes estava internado há sete dias aguardando leito hospitalar. "Temos enfermarias e emergências lotadas pelo agravamento de doenças, principalmente respiratórias e pulmonares. Nosso ideal são 30 pacientes, mas estamos acima desta capacidade hoje", diz a diretora de Atenção Hospitalar da Secretaria de Saúde, Caroline Hoffmann. A gestora explica ainda que no PS há apenas leitos de espera para pacientes que aguardam internação hospitalar.

A situação havia sido inclusive alertada nas redes sociais da Prefeitura. Em uma das publicações, a orientação era de que em casos de sintomas mais amenos, o atendimento deveria ser procurado em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na UPA Areal. No entanto, cidadãos reclamam justamente da falta do serviço pediátrico nas unidades. "Se houvesse médico nos postos de saúde essa superlotação iria ser menor!", diz um dos mais de 120 comentários na página da Prefeitura no Facebook, criticando a instrução a partir de argumentos que apontavam demora nos atendimentos, falta de profissionais e recusa de consultas.

O PS como opção
Uma das pessoas que reclama do atendimento pediátrico na rede municipal de saúde é Melanie Sampaio. Recentemente, em busca de consulta para a filha que apresentava quadro de bronquiolite, ela recorreu a três UBS (Guabiroba, Pam Fragata e Fraget) e em nenhuma o atendimento foi prestado devido à idade do bebê. "Os clínicos não atendiam bebês menores de dois anos", relata. Em razão da febre que a menina manifestava, a motorista de aplicativo a levou ao Pronto-Socorro, onde mais uma vez foi repassada a outro local.

Apenas após percorrer quatro serviços de saúde em diferentes pontos da cidade, a criança foi atendida na UPA Areal por um cirurgião oncológico. "Esse mesmo médico me disse para eu procurar um pediatra particular", conta. Melanie explica ainda que, como a filha tem bronquite, a preocupação com a saúde é recorrente e que a única vez que conseguiu atendimento por um médico da família foi na UBS Areal, posto que fica muito distante de sua casa, no Fragata. "É bem complicado porque não têm onde a gente recorrer e aí vamos ao Pronto-Socorro que é um lugar que talvez possa atender."

Lotação flutuante e pediatria em casos graves
Sobre a falta de profissionais voltados ao atendimento infantil, a secretária de Saúde Roberta Paganini diz que a Política Nacional de Atenção Básica não preconiza pediatras nas UBS e que os médicos das unidades têm capacidade para o atendimento de todos os ciclos de vida. "Quando a criança apresenta algum problema de desenvolvimento ou algo mais grave, se encaminha para uma consulta com o pediatra", explica. Sobre casos moderados, a gestora diz que as crianças devem ser levadas para a UPA Areal. "Não há pediatra na UPA, mas os médicos também estão aptos a fazer esse atendimento de casos moderados", argumenta.

Já quanto à lotação do PS, Roberta afirma ser uma situação flutuante, podendo o quadro se alterar rapidamente. De acordo com os dados da Central de Regulação da SMS, na terça-feira (8), um leito pediátrico do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) foi liberado e outros quatro estão com indicação de alta, porém permanecem ocupados.

Ainda de acordo com a secretária, a Prefeitura tem pediatria contratualizada com os ambulatórios do HUSFP e do Hospital Escola da Universidade Federal Pelotas (HE/UFPel).

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Avenida Ferreira Viana receberá requalificação Anterior

Avenida Ferreira Viana receberá requalificação

Canguçu se destaca em capacitação nacional em educação inclusiva Próximo

Canguçu se destaca em capacitação nacional em educação inclusiva

Deixe seu comentário