Problema

Os efeitos do desperdício de alimentos em Pelotas

Restaurante Popular e Restaurantes Universitários promovem estratégias para diminuir o problema

Foto: Divulgação DP - Em Pelotas, entidades trabalham com campanhas para evitar que cenário como o da foto se torne corriqueiro

Por Victoria Meggiato

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Um problema global. Do total de alimentos produzidos para consumo humano, cerca de 14% são perdidos e 17% desperdiçados. Os dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) preocupam, já que essa quantidade é suficiente para alimentar cerca de um bilhão de pessoas no mundo. Em Pelotas, o problema de desperdício de alimentos é frequente nos restaurantes e estabelecimentos do setor alimentício. Atendendo um grande número de pessoas diariamente, o Restaurante Popular e os Restaurantes Universitários da cidade buscam diminuir o problema promovendo estratégias de conscientização.

Além de reforçar a situação de insegurança alimentar, o desperdício de alimentos gera graves efeitos para a preservação ambiental, como a escassez de recursos naturais e aumento da emissão de gases de efeito estufa, e para a economia, afetando classes trabalhadoras e o desenvolvimento da região. Dentre as principais causas para o desperdício estão a grande quantidade de alimentos perecíveis; o manuseio incorreto dos alimentos; a ineficiência no transporte e armazenamento desses produtos; embalagens em condições inadequadas; exigências em excesso por parte dos centros de distribuição; pouca informação por parte dos consumidores no momento de comprar um alimento orgânico; e descarte indevido de legumes e frutas.

Restaurante Popular
Com cerca de 400 refeições diárias, o Restaurante Popular beneficia muitas pessoas com comida barata e de qualidade. Apesar disso, o problema de desperdício de alimentos também atinge o local. Diariamente, são descartadas em média seis quilos de comida. Do total de refeições oferecidas, essa quantidade de alimentos que vai fora representa em média sete pratos. Jenifer Lopes, nutricionista responsável pelo local, conta que, quando os funcionários indagam as pessoas sobre o motivo do desperdício, a maioria relata que ficou satisfeita e pediu mais do que conseguia comer. Em razão disso, a unidade, que sempre preza pela conscientização para mitigar o desperdício, promove algumas estratégias para que esse problema diminua cada vez mais. "Nós fazemos duas vezes no ano atividades de educação nutricional com a clientela, com abordagem sobre diminuição do desperdício, com folders e cartazes", explica Jenifer.

Ela ainda explica como o restaurante consegue lidar com essa situação. "Observamos os principais focos, explanando diariamente e individualmente o efeito negativo daquele desperdício, em que pessoas deixam de almoçar enquanto aquela comida vai fora." Como forma de minimizar os desperdícios, o restaurante também utiliza sobras de alimentos, cascas e outros orgânicos para a alimentação de animais em uma comunidade terapêutica.

Restaurantes Universitários
Feitos para fornecer uma alimentação balanceada e acessível aos estudantes e servidores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), os Restaurantes Universitários (RUs) têm grande procura e fornecem uma média de 5,3 mil a 5,7 mil refeições por dia, dependendo do cardápio e das condições climáticas. De acordo com Roberta Portela, gerente administrativa da Refeições Norte Sul, empresa que administra os RUs, o desperdício não é tão grande, visto que são feitas quantidades de comida de acordo com o número de pessoas que frequentam o espaço. "Trabalhamos com uma média de comensais diariamente, mas a produção é analisada sempre no início do expediente, levando em consideração o cardápio do dia e a situação climática. Observamos que no dia de carne suína e chuva reduz significativamente os frequentadores, desta maneira trabalhamos com a produção conforme a demanda", destaca.

Roberta ainda afirma que as sobras são moderadas e a maioria dos alunos e servidores não deixam restos de comida no prato, apenas cascas de frutas. "A sobre é muito controlada e justa. Nós também vamos produzindo conforme vai saindo e conforme o movimento. [...] No resto que os alunos colocam no lixo, os pratos vão praticamente vazios." Ela conta que essa estratégia de produzir as refeições conforme o número de pessoas é realizada para minimizar o desperdício cada vez mais. Além disso, alguns outros projetos também são importantes. "Em alguns estágios de alunos da Nutrição são realizadas campanhas de orientação e conscientização ao consumo dos alimentos, visando evitar o desperdício.", relata. Apesar de serem poucas, todas as sobras de alimentos dos alunos e servidores são descartadas em um lixo próprio.

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