Problema

Pacientes com Parkinson reclamam da falta de remédio na Farmácia Municipal

Prolopa é o principal fármaco no tratamento da doença e na garantia de melhor qualidade de vida; usuários são pessoas idosas que não têm como arcar com custos de vários medicamentos

Foto: Volmer Perez - DP - Medicamento é utilizado para o tratamento da doença de Parkinson

Principal medicamento para o tratamento da doença de Parkinson, o Prolopa está em falta na Farmácia Municipal de Pelotas há cerca de seis meses, conforme relatos. A maioria dos usuários são pessoas idosas de baixa renda que além de arcar com os custos do remédio, essencial para controlar os sintomas da condição, também têm despesas com outros fármacos e questões de saúde. Somente entre os membros da Associação Pelotense de Parkinsonianos, há cerca de dez pacientes que retiram o Prolopa no Município e dependendo da dosagem são necessárias três caixas do ativo por mês. Ainda não há previsão para normalização do estoque na Farmácia.

No grupo da Associação frequentemente os membros trocam informações acerca de uma possível chegada da medicação na Farmácia Municipal, já que vários beneficiários têm problema de locomoção e não sabem utilizar o sistema de agendamento pela internet. Utilizado para o controle dos sintomas do mal de Parkinson, como questões motoras que envolvem a movimentação física, é imprescindível que os usuários tomem o medicamento diariamente para a garantia de uma melhor qualidade de vida. Vivendo com a doença há 12 anos, Regina Madruga, 65 anos, é uma das pessoas que dependem da utilização do Prolopa.

"Eu dependo desse remédio para viver, ele melhora um pouco de tudo, o tremor, o mal estar do Parkinson, a tontura, então a gente precisa desse medicamento. O Prolopa tem a substância que falta no nosso organismo", ressalta. A aposentada conta que está há sete meses sem conseguir retirar o fármaco pelo Município e que há três meses funcionários do local teriam dito que o remédio seria providenciado em breve. "Preciso tomar três caixas por mês, está quase R$ 100 cada caixinha", diz ao reclamar do valor. Mensalmente são mais de R$ 600 de gastos com medicamentos em geral. Assim como ela, Regina relata que a situação tem sido complicada para várias pessoas da Associação, já que mesmo com a falta de recursos ninguém pode ficar sem ingerir as doses diárias.

"Não podemos, sob hipótese alguma, ficar sem tomar. Está bem puxado, acho que para todos nós parkinsonianos porque dependemos de remédios e está bem complicado. Ninguém toma só o Prolopa, então fica pesado, e não pode faltar, tem que tomar todos os dias se não a gente passa muito mal", lamenta. A aposenta mensura que somente na Associação em torno de dez a 15 pacientes dependem da Farmácia Municipal. "E tem muita gente que tem parkinson e não faz parte da associação".

Para o casal Glecy, 77 anos, e Claudino Antiqueira, 81, ter que comprar mensalmente o Prolopa se torna ainda mais pesado no orçamento, pois ambos precisam de vários fármacos. "Há muitos meses que não conseguimos. Nós somos aposentados com um salário mínimo", destaca a senhora. Neste caso, é Claudino que tem Parkinson e a esposa conta que além do principal remédio, o paciente também necessita de outros tratamentos. "E eu tenho a coluna fraturada e osteoporose, então tudo isso é envolta de dinheiro que a gente tem que gastar. Também temos que ter uma pessoa aqui para nos ajudar", explica.

Para manter os custos com saúde, os aposentados contam com auxílio financeiro do filho, pois a renda não é suficiente para cobrir todas as despesas. Somente um dos medicamentos de Claudino tem o valor de cerca de R$ 200. "Esse nós conseguimos no início [na Farmácia Municipal], mas em seguida já não tinha mais. Ele toma quatro comprimidos de Prolopa 250 mg por dia, uma caixa dura em torno de seis dias. A gente pode ficar sem alguma coisa dentro de casa, mas sem a medicação ele não fica", afirma Glecy.

Assim como relatou Regina, a aposentada também conta que está em contato no grupo de parkinsonianos. "Nunca tem [o remédio no Município] e as pessoas estão reclamando que está caro.

Explicação do Município

Conforme as informações da Farmácia Municipal por meio da assessoria de comunicação do Município, o pedido deste e demais medicamentos já foi realizado, mas além dos trâmites burocráticos do processo de compra que deve ser realizado dentro da lei, haveria também registros de atrasos nas entregas devido ao período de férias nas distribuidoras. A partir disso ainda não seria possível precisar uma data para a normalização da distribuição do medicamento.

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