Por Vitória de Goes
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Pedras Altas passou nesta semana a ter capacidade para tratar 100% do esgoto produzido, o que coloca o Município como um modelo nacional de saneamento. A possibilidade do serviço se dá a partir da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) instalada pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

Atualmente, mais de 95% da área urbana de Pedras Altas é coberta por rede coletora de esgoto. Com a nova ETE, além da coleta, a população passa a contar também com o tratamento do efluente.

Para a construção da estrutura, que conta com três estações de bombeamento e 35 ramais de tratamento de esgoto, foi necessário o investimento de R$ 2,4 milhões, que se deram a partir de recursos obtidos junto à Caixa Econômica Federal. As obras foram iniciadas em 2019 e finalizadas em setembro do ano passado.

Secretário Municipal da Administração e Assuntos Jurídicos, Adriano Castro dos Santos explica que o projeto iniciou durante a gestão do ex-prefeito Bebeto Perdomo (PP). "O sonho dele era colocar 100% de saneamento em Pedras Altas e isso foi dado continuidade com o prefeito Volnei (PT)", declara.

Ainda de acordo com o secretário, a conquista é de extrema importância para o Município em diferentes áreas. "Isso influencia diretamente na questão de saúde pública. Na questão ambiental também, porque a água contaminada será tratada", explica.

Nesse primeiro momento a Corsan estará orientando a comunidade quanto à forma da prestação deste serviço em Pedras Altas e os impactos positivos para a qualidade de vida da população. A ideia é que o serviço possa ser ampliado aos poucos para outras cidades brasileiras.

Conforme a Companhia, o objetivo é que a cobertura média de tratamento de esgoto, atualmente em 20% na média dos municípios, chegue a 90% até 2033, cumprindo com as metas determinadas pelo Marco Legal do Saneamento. No entanto, a Corsan diz que há projetos estão sendo reavaliados e remodelados, além de novos estudos em desenvolvimento, para que as obras possam iniciar nos próximos meses e sejam aceleradas gradativamente para o cumprimento da meta em dez anos.

Índices que preocupam

No Brasil, 44,2% das pessoas vivem sem coleta de esgoto. Enquanto isso, o índice de esgoto tratado referido à água consumida - volume de esgoto que foi submetido a tratamento em relação ao volume de esgoto gerado - é de apenas 51%. Os números são resultado de um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil e são referentes a 2021.

A pesquisa realizada pelo Instituto leva em consideração apenas os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes. Em Rio Grande, por exemplo, 68,2% não possui coleta de esgoto e 8.418 pessoas - em uma população de 211 mil - não possuem acesso a água tratada.

Já de acordo com o Ranking de Saneamento, que considera os índices de saneamento dos cem maiores municípios brasileiros, Pelotas se encontra na 84ª posição, tendo apenas 15,1% do esgoto tratado referido à água consumida.