Pellets
Pellco apresenta projeto para produtores
Indústria de pellets pretende se instalar em Pinheiro Machado a partir de 2019
Gabriel Huth -
A Associação Gaúcha de Produtores de Florestas Plantadas (Agaflor) realizou, na manhã desta quinta-feira (30), reunião com produtores florestais e executivos da Pellco Brasil. A indústria de pellets está em processo de firmar acordos com reflorestadores da Zona Sul para iniciar a planta da indústria, programada para entrar em ação a partir de 2019 em Pinheiro Machado. A manhã foi de tirar dúvidas e conhecer melhor o projeto para cerca de 80 produtores na Associação Rural de Pelotas (ARP). Investimentos na Zona Sul são na ordem de R$ 1 bilhão.
A empresa está em fase de assinatura com produtores de um termo de intenção de comercializar sua produção de madeira. A Pellco trabalha junto a fundos internacionais para iniciar o projeto da planta da indústria no início de 2019. Afonso Bertucci, diretor técnico da empresa, informou que já existe a previsão das primeiras entregas do produto em 2021. Até agora, mais de cem produtores da região sul já demonstraram interesse em comercializar madeira à empresa. São produtores de Pelotas, Canguçu, Pinheiro Machado, Capão do Leão, Pedro Osório, Arroio Grande, Jaguarão, Bagé, Herval, Pedras Altas, Aceguá e Encruzilhada do Sul.
Como ato simbólico, o presidente da Agaflor, Paulo Banneman, assinou um termo demonstrando seu interesse, enquanto produtor, de comercializar com a Pellco. A associação estima que 40 mil famílias estejam envolvidas com o setor do reflorestamento no Rio Grande do Sul. "Nosso papel é ajudar, melhorar o ambiente de negócios para o setor. A Zona Sul está vivendo um aquecimento desta área desde quando começaram as operações no Porto de Pelotas e tende a crescer ainda mais nos próximos anos", estima Bannemann.
Somente na Zona Sul, a Agaflor acredita que exista cerca de cem mil hectares de floresta plantada com produtores independentes. A associação realizou, ao longo dos últimos quatro anos, inventário florestal da região para mostrar a força do setor para novos negócios. "Agora é a parte final, de consolidar a quantidade de madeira contratada para começar a indústria", explica. Ele reforça que os locais onde estão as plantações são áreas que apresentam dificuldade para a produção agrícola e o setor não compete com áreas de produção de soja, por exemplo.
Indústria em Pinheiro Machado
Ao todo serão investidos R$1 bilhão no município. O empreendimento, de geração de energia sustentável e produção de pellets, poderá produzir até 600 mil toneladas por ano. A ideia da Pellco, explica o diretor técnico Afonso Bertucci, é possuir convênios com médios e pequenos produtores. A meta é atingir os 56 mil hectares de floresta plantada para atender a demanda da planta da indústria, que ficará próxima dos trilhos de trem em Pinheiro Machado. O intuito é utilizar a ferrovia e escoar a produção. O presidente da Pellco Brasil, Luiz Eduardo Batalha, também conversou com produtores e falou dos mais de dois anos e meio que o projeto vem sendo amadurecido e trabalhado. "Nossa ideia é ter uma gama de pequenos e médios produtores pra desenvolver toda a região", manifestou.
O interesse da Pellco Brasil é por pinus, eucalipto e acácia. Para integrar o grupo de produtores são necessárias certificações internacionais atestando o manejo correto de florestas, por exemplo, caso do FSC (Forest Stewardship Council). A empresa dará assessoria para a obtenção destes atestados. Toda a colheita será feita pela empresa, a partir de acordos com os produtores. Os licenciamentos para renovar certificados ou para novas áreas também terá a assessoria da Emater. Os pellets serão exportados para a Europa, o Japão e os Estados Unidos, para o uso em caldeiras industriais e usinas de energia elétrica. Serão gerados em torno de 1,5 mil empregos durante a construção da planta e 1,2 mil para o funcionamento da indústria.
O que é?
O pellet é uma espécie de biocombustível feito com resíduos de madeira em formato de cilindro. O material é uma alternativa à combustíveis fósseis como petróleo e carvão mineral. Os pellets são menos poluentes que os derivados do petróleo e tem sido uma alternativa viável em países que precisam diminuir a emissão de poluentes para atender tratados internacionais.
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