Por Lucas Kurz
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Na média, Pelotas gerou mais empregos que o Estado e o País em 2022. É o que mostram os dados entre janeiro e novembro segundo o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Neste último mês, foram 3.773 admissões e 2.057 desligamentos, um saldo positivo de 1.716. No ano, foram 3.835 vagas a mais preenchidas, variação positiva de 6,45%. No Rio Grande do Sul, o crescimento é de 5,02% e no Brasil, 6,06%.

Os números apontam que a indústria foi a área com maior variação positiva na cidade, com aumento de 16,37% ao longo do ano. No entanto, quem mais gerou vagas em números brutos foi o setor de serviços: 1.667 novos postos. O setor, que é o que mais gera empregos em Pelotas, fechou novembro com 29.891 trabalhadores no total. A área abriga, entre outras, a administração pública, hotelaria, alimentação, atividades financeiras, saúde, serviços sociais e imobiliárias.

Para o titular da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti), Gilmar Bazanella, esse crescimento tende a ser ainda maior nesta reta final do ano, com as contratações temporárias que, segundo ele, costumam ter de 30% a 40% de retenção após o período. "Esse número, dentro dos números históricos, é o maior dos últimos dez anos", garante. Ele reforça que o incremento de 2022 se dá muito pela nova Lei de Liberdade Econômica, flexibilizando a criação de postos, mas também pelo crescimento do setor de serviços após a pandemia, com estabelecimentos ligados ao turismo voltando a funcionar, como bares, restaurantes, hotéis e outros. "Se a gente observar na cidade, o número de empresas vem crescendo."

MEIs em alta​
Bazanella aponta, ainda, que os microempreendedores individuais (MEIs) vêm em crescimento. Até outubro, eram 6.290 novas empresas constituídas, das quais 5.163 eram MEIs, segundo os dados internos da Sdeti. Destes, 291 eram classe empresário, 833 limitadas, duas sociedades anônimas e uma cooperativa. No período, 2.921 empresas foram extintas, de acordo com o sistema interno, deixando um saldo positivo de 3.369 empresas, sem considerar o delay de baixas (empresas que ainda não oficializaram o fechamento).​

Para o secretário, a mudança do cenário é estimulada por diversos fatores, como o crescimento pelo desejo de empreender, a desburocratização e o surgimento de novas empresas de varejo. Ele aponta, também, que a Sdeti percebe fortalecimento nos comércios de bairros, com novos empreendimentos como barbearias e lanchonetes, entre outros, buscando a formalização e, com o crescimento, gerando novos postos de emprego.

Expandindo os negócios
Aos 33 anos, o barbeiro Robert Borges está expandindo os negócios, dentro do setor de serviços, na região do São Gonçalo. Neste ano, lançou a marca própria de roupas e, em breve, uma esmalteria. Dessa maneira, a expectativa é gerar até sete empregos, deixando o teto do MEI. Ele diz que o momento é ideal para empreender na área da estética, com a retomada de eventos e as pessoas preocupando-se mais com a própria imagem, até para procurar empregos. No entanto, ele considera ainda haver pouco incentivo, embora elogie a quantidade de cursos de formação para a área.

Já o jovem Jessé Lindner, 22, assinou carteira para o setor de comércio, com a loja que antes trabalhava como prestador de serviços. O vendedor diz que o formato, apesar de trazer menos liberdade na sua visão, traz maior segurança econômica. Sobre a procura por emprego, ele diz que nunca ficou desempregado, apenas prestando serviços informalmente, antes de ser contratado. No entanto, critica o cenário em Pelotas que, na sua opinião, ainda leva muito em consideração as indicações acima da qualificação.