#CaminhosDoLixo
Pelotas já produz quantidade de lixo prevista para 2030
Diariamente, 350 toneladas de resíduos sólidos urbanos são geradas na cidade - cem toneladas a mais do projetado no início da década
Leandro Lopes -
Uma das maiores preocupações na área ambiental é a evolução exponencial - e preocupante, segundo especialistas - da geração de resíduos que cada um produz. Em Pelotas, 350 toneladas chegam à Estação de Transbordo diariamente - cem toneladas a mais do projetado para 2020, pelo Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, feito pelo Sanep em 2014. De acordo com o estudo, em 2020 a cidade deveria gerar 249 toneladas de resíduos urbanos por dia considerando a sua população e, somente em 2030, quando o número de habitantes deve equivaler a 365 mil, os pelotenses produziriam 348 toneladas - índice já superado uma década antes disso.
Na prática, isso quer dizer que a geração de resíduos sólidos urbanos por habitante cresceu praticamente 100% em uma década, passando de 0,58 kg/dia para 1,01 kg/dia. O coordenador do Departamento de Resíduos Sólidos do Sanep, Edson Plá Monterosso, explica que projetar o incremento da geração de resíduos é importante para que se planejem os investimentos necessários para executar os serviços de coleta e de destinação final nos anos seguintes. “Mais do que isso, é essencial para avaliar como a geração atual consome e o que a próxima pode esperar no futuro”, afirma.
Monterosso detalha que o Plano Municipal considerou dados populacionais e taxas de crescimento do IBGE, utilizando o método de crescimento geométrico e aplicando-os em uma fórmula. O coordenador acredita que o crescimento exponencial não é apenas fruto do aumento da população, mas, principalmente, dos seus hábitos de consumo, e se preocupa com o crescimento desproporcional do número de habitantes em relação à geração de resíduos, que chega a ser até seis vezes mais acelerada. “Somos a sociedade do consumo do descartável. De um tempo para cá, mudamos substancialmente nossos hábitos e percorremos um caminho perigoso, com uma produção desenfreada de resíduos”, alerta.
Apesar disso, há engajamento de empresas, governos, organizações e cidadãos que já despertaram para a causa e mobilizam-se para alertar sobre a necessidade de aderir urgentemente a medidas sustentáveis que contornem a situação. A proibição do uso de canudos plásticos ou a disponibilidade de copos ecológicos em estabelecimentos são algumas amostras de que a humanidade já dá passos importantes para tentar reverter o consumo desenfreado do descartável.
Em nível local, a prefeitura de Pelotas busca fazer o mesmo, ao desestimular a população ao uso de sacos plásticos, inicialmente, em feiras orgânicas. Através do projeto Plástico Zero, lançado em maio, milhares de ecobags foram distribuídas aos consumidores, demostrando que a sacola plástica pode, e deve, ser substituída para contribuir ao meio ambiente. O objetivo é que o desuso destes materiais, que podem demorar até 400 anos para se decompor, torne-se um hábito para os pelotenses e que ele seja a mola propulsora para mais práticas sustentáveis.
Gerenciamento
Do total de 350 toneladas produzidas na cidade, cerca de 280 são gerenciadas pelo Sanep. Além das 200 toneladas de resíduos sólidos domésticos coletadas diariamente pela autarquia, também chegam ao Transbordo outros tipos de lixos, como varrição e capina. A outra parte dos resíduos (entulhos, resto de obras, retirada de lixões) fica sob a responsabilidade da prefeitura, através da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura.
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