Mochilar
Pelotenses preparam aventura de três anos pelo mundo
Os bastidores da viagem serão registrados online pelo casal no projeto O que der na mochila
Foto: Carlos Queiroz - DP - O primeiro destino de Danielle Lima, 32, e Fabiano Macedo, 36. é a Tailândia
Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)
Viajar pelo mundo só com o que couber na mochila. Esse é o sonho que está cada vez mais próximo de se tornar realidade para o casal de pelotenses Danielle Lima, 32, e Fabiano Macedo, 36. Prestes a entregar o apartamento onde vivem, a dupla se prepara para embarcar numa viagem que deve durar três anos e percorrer cerca de 40 países.
A ideia ousada surgiu ainda em 2015, quando o casal de engenheiros mecânicos estava morando em Florianópolis. Na época, Fabiano fazia mestrado e Danielle estava desempregada. "Conhecer o mundo sempre foi um sonho e, nessa época, eu tinha muito tempo ocioso e ficava vislumbrando o dia que eu ia conhecer aqueles lugares", relembra a engenheira. Foi depois de conhecer histórias de outros viajantes que o sonho começou a se fortalecer. "Sempre pensei que precisava de muito dinheiro para fazer isso, mas comecei a ver que muita gente realizava esse sonho com menos do que imaginava".
Daquela época até a realização do sonho, muitas fases se passaram. A ideia chegou a esfriar por um tempo até que, em 2017, depois de fazer um curso destinado para quem quer viver uma aventura como essa, o casal resolveu levar a proposta adiante. "Foi ali que tudo mudou. A gente viu que era possível fazer com uma verba que tínhamos planejado. Desde então, o sonho se tornou uma meta", conta Fabiano. O objetivo era começar a viagem em 2020, no entanto, a pandemia acabou adiando os planos.
Cerca de um ano atrás, a ideia voltou para ficar. A incerteza chegou a bater, mas a dupla decidiu deixar o medo de lado e investir no projeto. "Foi ali que decidimos de vez. Abrimos uma planilha para ver o que a gente tinha e o que precisava. A primeira coisa que fizemos foi nos mudar para um apartamento menor e mais barato", relembra Fabiano. Ambos avaliam que, se desistissem desse sonho, se arrependeriam no futuro.
Viver com menos
Dos muitos desafios de encarar essa jornada, um deles é o desapego. A dupla já vendeu a maioria dos pertences, a maior pendência é o carro, que ainda não foi vendido. Segundo o casal, esse processo de se desfazer das coisas tem sido um misto de emoções. "Quando fizemos a primeira venda, que era a nossa mesa, a Dani ficou chorando. Pensei que não íamos ir mais", brinca Fabiano. Aos risos, Danielle conta que a venda da mesa foi o momento em que caiu a ficha da nova aventura.
Para além das coisas materiais, a partida também é um até logo aos familiares e à vida construída até aqui. Fabiano, que é professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFSul) em Rio Grande, conseguiu uma licença não remunerada por três anos. Já Danielle precisou parar por tempo indeterminado as atividades de sua empresa. "Pensei muito durante esse último ano. Cheguei a pensar em desistir por causa do meu negócio", comenta. "Às vezes dá um sentimento estranho. Quando convidei os amigos e familiares para nossa festa de despedida bateu a 'bad'. Mas não adianta, se a gente quiser viver essa experiência, vamos ter que abrir mão de algumas coisas", reflete Fabiano.
Próximo destino: Tailândia
A primeira parada definitiva do casal, que sai de Pelotas no dia 17 de março, é a Tailândia, no sudeste asiático. O objetivo é ficar cerca de 60 dias no país. A dupla conta que o planejamento da viagem leva em conta as características de cada lugar, a fim de evitar os invernos e verões muito rigorosos. "Planejamos pensando em pegar épocas boas e fazer o máximo possível do trajeto por terra, principalmente porque achamos que se conhece melhor os lugares assim", explica Danielle.
Ao longo da viagem, eles também pretendem utilizar plataformas de trabalho colaborativo, que trocam pequenos serviços por hospedagem e refeições. "Queremos usar essas plataformas para economizar e conseguir estender a viagem, mas também pela troca cultural", afirmam. Nas redes sociais, o projeto O Que Der na Mochila, vai mostrar os bastidores da aventura. "Queremos focar no Youtube porque lá a gente consegue registrar melhor a viagem, tanto para as pessoas que gostam, quanto para nós no futuro", comenta Danielle.
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