Estudo

Pesquisas sobre o envelhecimento da população aproximam Brasil, Reino Unido e Índia

Professora da UFPel é uma das coordenadoras do estudo global que pretende projetar cidades amigas dos idosos

Divulgação -

As cidades estão preparadas para enfrentar o envelhecimento populacional? Esta é a pergunta que um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vem tentando responder há dois anos, quando teve início o estudo denominado Projetando Lugares com Idosos: rumo às Comunidades Amigas do Envelhecimento. A pesquisa já está acontecendo simultaneamente no Brasil e no Reino Unido. Agora, mais um país entrou para a lista: a Índia.

O objetivo dos pesquisadores é entender como os idosos enfrentam o envelhecimento em diferentes contextos urbanos, sociais e culturais. Por isso, três nações tão diferentes entre si integram o corpo do estudo. Com a inclusão do país asiático, a investigação fica ainda mais aprofundada. “É um país com nível de desigualdade social muito grande”, explica Adriana Portella, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Faurb) da UFPel e uma das coordenadoras do estudo. Ela acrescenta que o desafio será projetar uma cidade que atenda aos anseios de todas as classes sociais e, ainda, preservar a cultura local.

Oito pesquisadores que representam o projeto passaram 11 dias na Índia. Lá, reuniram-se com o professor Avula Damodaram, reitor da Universidade Sri Venkateswara, e conheceram as três cidades que irão integrar o estudo. O país tem 1,3 bilhão de habitantes e os idosos correspondem a 100 milhões de pessoas. Até 2050, este número deve subir para 300 milhões. “Precisamos pensar em como esse envelhecimento vai acontecer para planejar as cidades”, comenta Adriana.

O Conselho de Pesquisa Econômica e Social do Reino Unido financia o estudo nos três países. A primeira parte do projeto, envolvendo Brasil e Reino Unido, tem aporte de mais de 800 mil libras esterlinas (quase R$ 4 milhões, em valores atuais). A segunda parte inclui a Índia e equivale a pouco mais de 400 mil libras esterlinas (cerca de R$ 2 milhões). No fim do estudo, os pesquisadores pretendem montar diretrizes para projetar cidades que sejam amigas do envelhecimento, incluindo as necessidades dos idosos no desenho urbano.

Portella ressalta que cada país e cada cidade, mais especificamente, têm a sua peculiaridade. Em Pelotas, as principais demandas dos mais velhos são o acesso ao sistema de saúde, a segurança, o transporte público e calçadas mais adequadas. No Reino Unido, estes problemas já foram superados e a maior reivindicação deste grupo é por mais apoio e convivência familiar. Já nas cidades indianas, os principais desafios identificados até o momento são a desigualdade social e a falta de infraestrutura.

O estudo deve auxiliar a faculdade a se consolidar como um centro internacional de pesquisas sobre o envelhecimento. “Queremos mostrar que aqui na UFPel a gente estuda isso, que somos referência no assunto”, projeta a professora Adriana Portella. Com isso, esperam captar alunos de diferentes partes do Brasil e do mundo especialmente para os cursos de pós-graduação.

Três países
Brasil
Cidades envolvidas: Pelotas, Belo Horizonte e Brasília
Expectativa de vida: 75 anos
Habitantes: 207,7 milhões
Idosos: 28 milhões
Demandas: saúde, segurança e desenho urbano

Reino Unido
Cidades envolvidas: Edimburgo, Manchester e Glasgow
Expectativa de vida: 81 anos
Habitantes: 65,6 milhões
Idosos: 11,8 milhões
Demandas: atividades voltadas aos idosos e convivência familiar

Índia
Cidades envolvidas: Hyderabad, Calcutá e Delhi
Expectativa de vida: 68 anos
Habitantes: 1,3 bilhão (idosos: 100 milhões)

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