Mais uma etapa do Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas foi finalizada na noite de quinta-feira (5). Os moradores do Centro puderam expor suas demandas a respeito do tema, durante a última consulta à comunidade. Outras dez localidades já tinham sido ouvidas. O plano está sendo construído pela prefeitura e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Sua existência é fundamental para que a cidade acesse recursos da Política Nacional de Mobilidade Urbana.

O encontro foi no colégio estadual Félix da Cunha e reuniu moradores do Porto, do Loteamento Osório, do Barão de Mauá e arredores. Iluminação pública, pavimentação, calçamento e transporte foram alguns dos pontos debatidos. As reuniões se mostraram um canal direto de comunicação entre a população e os responsáveis pelo plano. "É uma forma de o nosso cliente, que é a comunidade, dizer o que espera", pontua Evaldo Krüger, arquiteto e coordenador da equipe de elaboração do plano.

O mês de julho marca o início da fase de análise dos dados e diagnóstico, que segue até outubro. Nesta etapa, um relatório com tudo o que foi levantado será redigido. Krüger adianta que as principais queixas da população referem-se à caminhabilidade e ao transporte público. "Principalmente nos bairros, as pessoas reclamam do mau estado das calçadas e dos constantes alagamentos", comenta. A superlotação dos ônibus e a baixa frequência com que circulam também são motivos de reclamação.

Quem não compareceu às consultas tem outras oportunidades para participar da elaboração do documento. Dois seminários temáticos estão marcados para os meses de julho e agosto. O primeiro, no próximo dia 18, será sobre transporte intermunicipal e terá a presença de representantes dos municípios da Zonal Sul. Já o segundo, irá tratar de circulação geral e sistemas viários. Outros dois eventos do tipo já debateram sobre o transporte coletivo e a inclusão de pedestres e ciclistas no trânsito.

Virtualmente, a comunidade também pode elencar suas prioridades. No site bit.ly/mobilidadedp o usuário é convidado a estabelecer ordem de importância para os temas acessibilidade de pessoas com deficiência, calçadas, ônibus, ciclovias e sistema viário. Também há um espaço para o envio de sugestões. O cronograma do plano está disponível no mesmo endereço.

Reuniões com setores específicos da sociedade são mais uma forma de estar atento às demandas. Evaldo Krüger comenta que estes encontros serão realizados até o fim de agosto. O grupo responsável pelo projeto pretende conversar com as mais diversas categorias - desde mototaxistas até representantes da construção civil. Na próxima terça-feira (10), às 15h, as pessoas com deficiência e os idosos serão ouvidos. O encontro ocorre na Casa dos Conselhos (3 de Maio, 1.060).

Mais investimentos
O Plano de Mobilidade Urbana é uma exigência do governo federal para que os municípios com mais de 20 mil habitantes acessem recursos na área. Quando a determinação foi lançada, o prazo estipulado para a elaboração do documento esgotava-se em 2015. Devido ao baixo interesse das prefeituras, a data foi estendida para abril de 2018. Uma medida provisória lançada em janeiro deste ano ampliou mais uma vez o prazo, que agora é abril de 2019.

Pelo cronograma, o plano pelotense deve ficar pronto um mês antes da data limite. O primeiro semestre contempla o levantamento da situação de Pelotas em relação à mobilidade. A participação da comunidade foi efetivada através das consultas e segue sendo considerada por meio do site. Já os seminários têm papel fundamental para que as questões técnicas sejam discutidas. O tempo restante é destinado à redação da proposta, à discussão junto à população e ao encaminhamento para aprovação na Câmara Municipal.

Localidades consultadas

19/4 - Cohab Tablada
26/4 - Pestano
3/5 - Santa Terezinha
10/5 - Simões Lopes
17/5 - Fragata
24/5 - Guabiroba
7/6 - Areal
14/6 - Areal
21/6 - Fátima, Navegantes e Balsa
28/6 - Laranjal
5/7 - Centro