Encanto

Por trás de quem faz a magia do Natal

Intérpretes do Papai Noel revelam suas experiências com as crianças nesta época e as contribuições do bom velhinho para os personagens

Foto: Divulgação - DP - Bom velhinho é figura marcante nesta época do ano

Uma das figuras mais lendárias e simpáticas do Natal, o Papai Noel, tem papel fundamental para as crianças, que nesta época do ano criam muitas expectativas em torno do bom velhinho para ganhar o presente desejado. Sinônimo de ser aquele que passou o ano observando o comportamento dos pequenos para fazer valer o mérito natalino, assumir o personagem pode até ser uma tarefa fácil. Mas não é bem assim. No Rio de Janeiro, por exemplo, tem até escola para os candidatos à barba branca. Em Pelotas e Rio Grande, os seres por trás do personagem de São Nicolau contam que é preciso ter muita empatia e carisma. Saber ouvir e responder com responsabilidade aos desejos das crianças que chegam com pedidos cada vez mais inusitados.

O construtor civil, Flávio Damas, 56, é pura simpatia. Assim como sua profissão, nesta época do ano, ele edifica esperança, ergue magia e solidifica alegrias através do sorriso das crianças que visitam o Praça Shopping, em Rio Grande. Com a ajuda da Noelete (a filha Flávia Farias), ele assume que o amor pelo personagem surgiu da união da família com a comunidade onde moravam. "É algo que faço há mais de 30 anos, quando minha filha mais velha era criança." A ideia começou fazendo caridade na comunidade e não parou mais. No dia da chegada no Shopping, não havia mais espaço para tantas pessoas que foram prestigiar o bom velhinho.

Para ser um bom velhinho, Damas conta que é preciso ter empatia com as crianças. "Tens que te pôr no lugar daquela criança. Entender o que ela quer te passar para então, saber oferecer o que ela precisa: um abraço, uma risada, uma dancinha, pois ali é o momento de refúgio e segurança deles. O Papai Noel é um porto seguro onde eles depositam seus pedidos e aguardam ansiosamente." Ele conta que recebe as crianças que visitam o Shopping como se fossem seus netos, ou seja, com todo amor, carinho e zelo. "Tendo fazer de tudo para arrancar um lindo sorriso delas. Não sabemos o que elas estão passando, mas eu sei que elas acreditam no Papai Noel e isso as alegram, portanto essa magia não pode ser apagada."

Uma parceria de sangue

Damas revela que a parceria com a filha Flávia, a Noelete, chega a ser uma experiência bem diferente por fugir da rotina de família. "Mas é muito divertido, porque compartilhamos o mesmo hobby e o mesmo amor por ajudar ao próximo. Me dá um sentimento de dever cumprido ter ela ao meu lado." Coincidentemente, essa relação próxima com a filha está entre os pedidos das crianças, que além de brinquedos, já revelaram ao Papai Noel que gostaria de ter mais carinho dos familiares e mais tempo com os pais. "Há pedidos que são impossíveis, pois eu, Flávio, infelizmente gostaria, mas não consigo realizá-los. Mas creio que os mais difíceis são quando eles pedem para curar alguém da família, ou pedem mais tempo com os pais. Isso realmente nos deixa bem triste, mas mantemos o sorriso e fazemos de tudo para que naquele momento a criança se sinta especial." Para o construtor civil, ser Papai Noel o faz acreditar em um mundo melhor e em uma geração futura mais amorosa e carinhosa.

Só por amor

Quem estiver neste sábado no Laranjal para curtir a chegada do Papai Noel deve ter sentido falta de um morador conhecido do bairro. O aposentado Paulo Roberto Noble Pinto, 71, figura cativante do Centro Comercial Mar de Dentro, estava em uma missão importante: levar a magia do Natal para as crianças. Neste sábado, assim como tantos outros anos, ele vira o bom velhinho da festa que reúne centenas de pessoas na praia. Para contemplar a todos, o Papai Noel costuma ser buscado em casa (claro que não é no Palo Norte, mas quase no Polo Sul) para circular entre as principais ruas nos balneários distribuindo pirulitos às crianças.

Em conversa com a reportagem, ele já ensaiava o "hohoho, Feliz Natal". Para Noble, que nunca cobrou pela atuação do personagem, toda a ação é feita com amor. "Eu amo crianças e animais. Então não tem preço que pague o sorriso estampado no rosto dos pequeninos que vem pedir seus presentes. Da vontade de apertar as bochechas de cada uma delas", confessou. Para não decepcionar nenhuma criança, o Papai Noel mantém contato visual com os pais e responsáveis. "Na hora do pedido, se eles disserem que sim, eu fico mais seguro para garantir que o Papai Noel vai atender ao desejo da criança."

O aposentado disse que certa vez, o grupo que organiza a festa, descobriu que um dos pedidos não poderia ser atendido. Então a turma, sensibilizada,comprou o presente e levou até a Nesga, uma comunidade humilde do Laranjal. "A contribuição do bom velhinho para mim é a felicidade que recebo em cada abraço. Eu me sinto um homem feliz sendo o Papai Noel".

Quem é o Papai Noel

A sua origem está intimamente relacionada com a figura de São Nicolau de Mira, um bispo nascido na Turquia em 280 d.C. que ajudava as pessoas carentes. São Nicolau deixava moedas perto das chaminés dos menos favorecidos durante a noite.


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