Campo

Prejuízo da soja na região pode ser de R$ 900 milhões

Perdas com as enchentes devem bater valores recordes para o setor primário na Zona Sul

Claudio Fachel - Palácio Piratini - DP - Soja e milho são bastante afetadas, mas arroz já foi mais de 95% colhido

As chuvas que estão assolando a região têm causado prejuízos severos ao setor primário, afetando a colheita de grãos, produção de leite e pesca artesanal. As lavouras de soja devem somar prejuízos na ordem de R$ 900 milhões. Os dados preliminares foram apresentados na manhã de ontem, durante reunião dos gestores de Agricultura das 23 prefeituras que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul). O coordenador regional da Agricultura, Henrique Pereira da Silva, e o gerente da Emater na região, Ronaldo Maciel, apresentaram os dados levantados até o momento e discutiram planos de ação para proteger os pequenos produtores rurais.

Segundo o gerente da Emater, as atividades de colheita de soja estão com um atraso significativo em todos os municípios da região, em função da impossibilidade de acesso às lavouras. “As máquinas estão paradas em meio ao barro. É impossível o manejo. Os desafios incluem a perda de produção, dificuldade de acesso às propriedades e a falta de recursos para alimentar os animais”, disse.

A colheita do milho para grão também está lenta, pois os esforços estão concentrados na colheita da soja. “Os cerealistas da região não estão recebendo milho para secagem e armazenamento, o que está causando um gargalo na produção”, explicou Henrique Pereira da Silva. Atualmente, 25% das lavouras de milho estão na fase de granação, 35% em maturação, e apenas 40% já foram colhidas.

Para o arroz irrigado, 96% das lavouras da região já foram colhidas, mas 4% ainda estão maduras e prontas. As áreas restantes estão em Arroio Grande, Canguçu, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. “Alguns produtores terão prejuízos significativos devido ao alagamento e acamamento das plantas, impossibilitando a colheita”, comentou Maciel.

A produção de hortaliças em Rio Grande também foi drasticamente afetada. As áreas de produção nas ilhas dos Marinheiros, Leonídio e Torotama, assim como todas as áreas ao redor da Laguna dos Patos, estão alagadas. “Toda a produção de hortaliças está perdida. Não há como iniciar ou retomar a produção nessas condições”, destacou o secretário de Agricultura de Rio Grande, Bercílio da Silva, que também apontou prejuízos na pesca nas colônias de pescadores da região.

Ações
A Emater está com operações especiais para a efetuação dos laudos que possibilitam o acesso aos seguros agrícolas. Há também a possibilidade de recursos via Ministério da Agricultura e Secretaria Estadual. Para alinhar os novos passos, foi agendada reunião na próxima quarta-feira, também em Pelotas, com as participações de representantes desses órgãos e do Incra, que poderá viabilizar ações mais específicas voltadas à agricultura familiar.

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