Mobilização
Primeiro dia de paralisações tem baixa adesão, diz IPE
Ato de protesto liderado pelo Sindicato Médico deve ir até amanhã com demandas de maiores repasses por parte do Estado
Foto: Divulgação - Primeiro dia de mobilização tem baixa adesão
Convocado no início da semana passada para iniciar nesta segunda-feira (10), o ato do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) por paralisação nos atendimentos aos usuários do IPE Saúde teve baixa adesão, segundo informou o próprio plano de saúde estadual. Em nota divulgada à tarde, o instituto afirmou que o balanço parcial apontava cinco mil atendimentos até o fim da manhã, número que indicaria a manutenção da média de 11 mil pacientes por dia. Ainda conforme o IPE, nenhuma reclamação dos beneficiários do serviço havia sido registrada.
Questionado sobre a adesão da categoria, o Simers afirmou ainda não ter um panorama, o que deve ser divulgado somente após o período de mobilização, que se estende entre hoje e amanhã. De acordo com a assessoria do sindicato, amanhã, às 19h, haverá uma assembleia para definir os próximos passos do movimento. “A decisão de paralisação ou interrupção de atendimentos é individual de cada médico e este faz a gestão e manejo dos seus pacientes”, disse a entidade, em comunicado.
O diretor do Simers em Pelotas, Marcelo Sclowitz, afirma que “independente da adesão, médicos estão descontentes com IPE, assim como seus usuários. Os profissionais não gostariam de paralisar atendimentos e tampouco descredenciarem-se. Querem, sim, uma solução por parte do IPE que os mantenha atendendo os usuários.”
Também por meio de nota, o IPE diz que estava com o funcionamento normal de seus sistemas e que orienta os segurados a buscarem alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar. Hoje, há um total de 6.466 médicos, 244 hospitais, 660 laboratórios e 54 pronto-socorros credenciados ao IPE Saúde em todo o Estado. Em Pelotas, são cerca de 280 médicos credenciados.
Nos hospitais
A Beneficência Portuguesa mantém a posição da semana passada, quando disse não ter sido informada de qualquer paralisação. Já o Hospital Universitário São Francisco de Paula afirma que não houve qualquer impacto na instituição. A Santa Casa de Misericórdia diz que o volume de atendimentos ao IPE é baixo e, por isso, também não houve efeito. Assim como na última semana, os hospitais Miguel Piltcher e Clinicamp não responderam os questionamentos até o fechamento desta edição.
Relembre
O Simers anunciou, na semana passada, paralisação nos dias 10, 11 e 12 de abril pelo não-reajuste dos repasses feitos pelo IPE aos médicos há cerca de 12 anos. Isso ocorreu após a não apresentação de uma proposta por parte do governo do Estado. A entidade tinha estabelecido um prazo para que a oferta ocorresse até o final de março, o que não foi cumprido. Consultas e procedimentos eletivos devem ser afetados, mas atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.
O Estado e o Sindicato devem se reunir amanhã para discutir termos de uma potencial proposta. Em entrevista ao DP naquele momento, Sclowitz disse que “os médicos estão desde 2011 sem reposição ou correção de valores de procedimentos e consultas (...) são valores aviltantes, tais como R$ 18,00 para uma visita hospitalar, menos de R$ 300,00 para um parto (incluindo visitas hospitalares e todo o acompanhamento com a paciente), entre outras situações mais gravosas."
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