Cuidado

Procura por repelente aumenta em 380% em rede de farmácias

Crescimento é referente às vendas em fevereiro; procura pela proteção contra a dengue tem esvaziado prateleiras das lojas

Foto: Volmer Perez - DP - Consumidores precisam ficar atentos às especificações para saber qual produto é o mais indicado

Com mais 11 mil casos de dengue confirmados e 11 óbitos no Rio Grande do Sul, a população tem investido na proteção contra o mosquito Aedes aegypti, o que tem tornado os repelentes produtos disputados nas prateleiras das farmácias. Em Pelotas, em uma das maiores redes de lojas, o aumento na procura foi de 380% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado. Aliados no combate à doença, os usuários devem estar atentos aos tipos de princípios ativos e a maneira correta de aplicação. Ao Diário Popular, uma especialista explica a melhor forma de utilização.

Diante da variedade de opções, os consumidores podem ficar na dúvida sobre a escolha da melhor proteção. Em spray, creme, assim como concentração de ativos, tempo de duração e quantidade de reaplicação, essas são as principais características que a população deve estar atenta na hora da compra, principalmente quando trata-se da utilização em bebês. Os repelentes tópicos possuem três principais ativos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa):

Icardina

Tempo de ação estimado de até oito horas

Sendo necessário somente duas aplicações ao dia

É permitida a aplicação em crianças acima de dois anos

IR3535

Tempo de ação estimado de até quatro horas

Aplicação de no máximo três vezes ao dia

Crianças de seis meses a dois anos (somente uma vez ao dia)

DEET

Tempo de ação estimado de quatro a seis horas

Aplicação de até duas vezes ao dia

É permitida a aplicação em crianças acima de dois anos

Conforme a dermatologista e professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Joice Göebel, em crianças de até seis meses o melhor é evitar os repelentes e investir em barreiras físicas como mosquiteiros, telas e roupas longas. "Até porque a barreira cutânea não está bem formada", explica. Em caso de viagem para áreas endêmicas para dengue, a partir dos dois meses a aplicação deve ser de produtos à base de Icardina ou IR3535.

Já para a utilização em geral, diante da maior durabilidade e, consequentemente, eficácia contra o Aedes aegypti, os repelentes de Icardina são a melhor escolha. "Acima de dois anos, sempre que possível é melhor usar este tipo." Para a aplicação dos produtos em spray, Joice recomenda que o usuário espirre na mão e depois espalhe uniformemente no corpo, além disso, o repelente deve ser o último produto aplicado. "Se for usar hidratante ou protetor solar, primeiro aplicar estes para depois o repelente."

Em crianças, o cuidado também deve ser para não passar o produto na mão, já que elas podem ser levadas à boca, assim como não abafar com cobertas as áreas que estão protegidas, evitando o risco de contaminação. "Para quem tem crianças até dois anos, o IR3535 acaba sendo o princípio mais recomendado", complementa. Os três tipos de princípio ativos são seguros para o uso de gestantes.

Sobre a utilização de itens alternativos como óleo de citronela, a dermatologista adverte que além de não possuírem eficácia comprovada também podem causar efeitos adversos nos usuários.

Alta demanda

As prateleiras, que há alguns meses estavam sempre cheias de repelentes, ultimamente têm estado quase vazias, restando apenas os produtos com valores mais altos. A mudança é refletida no aumento da demanda de 98% em comparação ao ano passado em uma rede que possui inúmeras farmácias em Pelotas. De acordo com a gerente de uma das lojas, fevereiro foi o mês de maior procura. "Teve uma procura muito grande, a gente sempre teve grandes quantidades porque não tinha muito giro de repelentes, mas foi quase tudo, lá na frente mesmo só tem os mais caros", diz Paula Farias.

A gerente compara o crescimento repentino da demanda ao do álcool gel no início da pandemia e diante da solicitação para repor o estoque em diversas lojas, há uma demora para conseguir suprir as prateleiras completamente. "Está que nem álcool em gel, vende repelente pelo e-commerce, vende pelo Ifood, é assim todos os dias."

Em outra grande rede de farmácias que predomina no Município, o aumento na procura por repelentes contra o mosquito da dengue em janeiro cresceu em 45% comparado ao mesmo mês do ano passado. E em fevereiro aumentou em 380% em relação ao mesmo período de 2023. Em Pelotas, a procura cresceu mais de quatro vezes. A rede informa ainda que está em constante contato com a indústria fabricante a fim de garantir o abastecimento contínuo do produto.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Campanha contra as zoonoses é intensificada em Pelotas Anterior

Campanha contra as zoonoses é intensificada em Pelotas

UFPel revoga títulos concedidos a membros da ditadura militar Próximo

UFPel revoga títulos concedidos a membros da ditadura militar

Deixe seu comentário