Durante todo o mês de maio, a vacinação contra a febre aftosa tomará conta dos criadouros. Todos os proprietários de bovinos e bubalinos, independentemente da quantidade de animais em seu estabelecimento rural, precisarão aplicar até o dia 31 a dose da primeira etapa de vacinação.

O supervisor regional da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Valmor Lansini, explica que neste ano todos os produtores precisarão adquirir a vacina em agropecuárias cadastradas, não havendo qualquer forma de gratuidade. Além disso, é necessária a comunicação de realização da vacina ao órgão. Para isso, é preciso ir até a Secretaria e informar as Inspetorias de Defesa Agropecuária. Para o comunicado, é necessário levar a nota fiscal comprovando a compra. O documento a ser preenchido é disponibilizado no local. Em Pelotas, a Seapi fica na rua Barão de Santa Tecla, 469.

Na região, Lansini aponta que cerca de 1,7 milhão de animais precisam receber a dose. A meta é vacinar pelo menos 90% deles. No ano passado, a Zona Sul atingiu os 98,7%, número levemente inferior ao alcance estadual, que registrou 98,9% na etapa de maio.

Importância econômica
Desde 2001 não há registros de febre aftosa no Rio Grande do Sul. Ainda assim, por ser uma doença de alta difusão, Lansini ressalta a importância de manter os rebanhos sob cuidado, para evitar qualquer risco. Em locais com qualquer caso confirmado, a tendência é de receber embargos de exportação e impactar todo o setor econômico da pecuária. "Não vacinando, o produtor só tem a perder. Traz um impacto econômico muito forte", alerta.

Deixar a vacinação de lado é até mesmo passível de multa. O valor mínimo é de R$ 1.114,60, além de acréscimo conforme o número de animais na propriedade. Além disso, a falta de registro de vacina poderá impactar diretamente em vendas ou qualquer negócio envolvendo o gado da propriedade.

Procura é alta
Proprietário de uma agropecuária na cidade, Jorge Salaberry destaca a alta procura pela vacina. Na manhã desta quarta-feira (2), primeiro dia útil da campanha, já havia comercializado 10% do previsto para todo o mês. A expectativa é de chegar a 50% ainda nesta primeira semana.

Para ele, a alta procura nos primeiros dias é um padrão estabelecido principalmente pelos maiores produtores. Como precisam lidar com grande quantidade de animais, já realizam a compra e iniciam os trabalhos o quanto antes, para dar tempo de realizar todos os procedimentos e também a homologação na Secretaria.

O valor da vacina varia de estabelecimento para estabelecimento. Segundo a Seapi, em Pelotas há pelo menos sete lugares cadastrados para a venda. O preço fica em torno de R$ 1,50 por dose, mas é possível encontrar por até R$ 1,30 em alguns locais. Após comprada, a vacina precisa ser conservada em temperaturas entre 2°C e 8°C.

Segunda etapa
A campanha para a aplicação da segunda dose ocorre anualmente no mês de novembro. No entanto, Lansini ressalta que, nesta etapa, apenas animais de 0 a 24 meses devem ser imunizados. No último ano, 97,48% dos bovinos e bubalinos passíveis receberam a dose nesta fase.