Fomento

Quiosque da Balsa será reativado

Concessão repassada à Colônia de Pescadores e Aquicultores deve beneficiar cerca de 80 famílias

Jô Folha -

Há pouco mais de três semanas foi sancionada na Câmara de Vereadores a lei que autoriza a Colônia de Pescadores e Aquicultores Profissionais Artesanais de Pelotas a utilizar o espaço do Quiosque da Balsa, na região do Porto - projetado para o comércio, o local até então estava desativado. Mais de 80 pescadores serão beneficiados com a concessão; o plano é fomentar a venda do pescado diretamente ao consumidor, além de distribuir o peixe para outros locais da cidade, como as feiras.

Atualmente, o espaço conta com uma pequena peça de alvenaria, antes projetada para ser ponto de venda do pescado. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural do município (SDR), Jair Seidel, conta que a expectativa é ampliar a estrutura com a construção de uma câmara fria, para armazenar o pescado, e espaços para limpeza e distribuição dos produtos. Com isso, o quiosque vai evoluir para uma agroindústria com foco total na comercialização do pescado. E o contato com as empresas e compradores será diretamente com o pescador, descartando a figura do atravessador.

Ou seja, a concessão irá gerar mais renda para o pescador e um produto ainda mais barato ao consumidor. O vice-presidente da Colônia de Pescadores e Aquicultores Profissionais Artesanais de Pelotas, Sérgio Luis de Andrade, explica que “hoje não há empresas que comprem diretamente do pescador, que se vê obrigado a passar pelo atravessador”. Sem esse degrau no ciclo de vendas, ele acredita que os trabalhadores poderão vender o peixe por um preço mais justo.

O quilo da traíra, por exemplo, é vendido por cerca de R$ 4,00 e, nas bancas de peixe, os filés chegam a R$ 35,00. “Se a venda for entre pescador e cliente, esse valor pode ficar em uns R$ 15,00”, exemplificou o vice-presidente. Aproximadamente 500 pessoas são sócias da Colônia, entre moradores do Centro, Porto e Z-3. “A ideia é vender e fazer movimentar a Balsa. Estamos trabalhando duro para que até a próxima safra tudo esteja funcionando”, ressaltou.

O anseio com as novas possibilidades a partir do uso do Quiosque também recai no elo com a comunidade. Para o futuro, Andrade visa uma movimentação ainda maior do mercado local, com o envio do pescado para os abrigos municipais e à merenda escolar.

Em busca do investimento

Em 2005, a prefeitura de Pelotas passou a concessão do quiosque à Cooperativa de Pescadores Artesanais Lagoa Viva. Contudo, um tempo depois o grupo de sete pescadores responsáveis pelo local se separou; nos últimos anos, apenas um trabalhador o utilizava, mas para moradia. Após falecer, a pequena peça foi invadida e depredada diversas vezes.

Com a nova concessão, um investimento de R$ 200 mil precisa ser feito para transformar a peça em agroindústria. A verba deve ser fruto de emenda parlamentar; o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB) trabalha na aprovação. Conforme explicou o titular da SDR, caso não seja aprovado, os custos serão retirados do cofre municipal, mas a obra será em etapas. “O fundamental é que ocorra uma utilização do prédio”, ressaltou Seidel. 

O projeto que visa a construção da agroindústria teve o orçamento aprovado e, no momento, está na fase da elaboração das plantas. Por enquanto, o quiosque é utilizado pelos pescadores como um local para encontros e reuniões. Nos últimos meses, o grupo e o poder público fizeram melhorias, como pintura, limpeza e pequenas reformas no telhado e na alvenaria.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Uma espera angustiante Anterior

Uma espera angustiante

Expointer será no fim de setembro Próximo

Expointer será no fim de setembro

Deixe seu comentário