Pesou
Reajuste no preço do gás é sentido pelos proprietários de restaurantes
Proprietários de restaurantes absorvem o reajuste do gás sem repassar aos clientes
Gabriel Huth -
Por enquanto, o reajuste de preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) empresarial e comercial não chegará ao prato dos consumidores. A avaliação é consenso entre os proprietários de restaurantes entrevistados pelo Diário Popular, um dos setores mais afetados pela inflação do produto. Nos últimos dois meses, o aumento nos valores nas refinarias foi de 12% - 6% em março e outros 6% desde essa quinta-feira (25). O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) anunciou na quarta-feira (24) o último acréscimo no preço.
Com medo de perder a clientela, a proprietária Tatiane Fonseca alega ser impossível subir o valor dos pratos servidos e do buffet a quilo do restaurante que gerencia. A busca por alternativas é uma das soluções encontradas para que o aumento não seja repassado ao consumidor. Uma troca diária nas opções do cardápio é uma das saídas, ela justifica. Outra ideia foi colocar a opção de prato feito pela primeira vez no restaurante que trabalhou dez anos somente com as opções de comida em buffet. "Com outros produtos até conseguimos substituir e ir mudando, mas com o gás não tem o que fazer", ressalta. No mesmo estabelecimento são servidas cerca de 250 refeições por dia, o que requer oito botijões de 45 quilos (da classe comercial) e quatro de 13 quilos (classe residencial) ao mês.
A elevação nos valores não é exclusividade do gás. Outros produtos essenciais para os restaurantes, como por exemplo a batata, tomate e carnes, também ficaram mais caros para os estabelecimentos nos últimos meses. É o que aponta a proprietária Norma Conceição, dona de outro restaurante da cidade. "Não tem como ficarmos aumentando os preços toda hora. Faz uns cinco meses desde a última vez que subimos", conta. No local, são servidas cerca de 200 refeições nos almoços de segunda a sexta-feira.
Entenda o aumento
O GLP empresarial e comercial foi modificado na primeira quinzena de março, também em 6%. De acordo com os cálculos do Sindigás, esse grupo de botijões continua 23,6% mais caro do que o gás comercializado em embalagens de até 13 quilos, os da classe residencial. Para a organização, a falta de uma política de preços entre os dois produtos é a principal razão que faz com que a diferença de valores persista.
Durante o mês de março, o preço pago por um comerciante em Pelotas em uma unidade de 45 quilos foi de R$ 266,00. Somando as oito unidades necessárias mensalmente, o valor pago ao final do mês chegou na casa dos R$ 2,1 mil.
Valor botijão comercial de 45 kg Mês
R$ 241,00 Janeiro
R$ 246,00 Fevereiro
R$ 266,00 Março
R$ 266,00 Abril
(*) Valor pago por um estabelecimento comercial pesquisado pelo Diário Popular
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