Recursos

Repasse de verbas ameniza crise de hospitais filantrópicos

Fechamento de leitos não é mais sinalizado pelas instituições; repasses devem ajudar, mas não resolvem o problema

Foto: Lucas Kurz - DP - Repasse de verbas do governo do Estado aliviou a crise financeira dos hospitais

A crise financeira vivida pelos hospitais filantrópicos pelotenses parece ter encontrado um momento de alívio. A busca por recursos, que vem mobilizando as instituições e o poder público nos últimos meses, ainda aguarda retorno. No entanto, o repasse de verbas do governo do Estado, anunciado na segunda-feira (27), será utilizado para custeio das instituições até o final deste ano, o que deve, por enquanto, evitar o fechamento de leitos nos hospitais.

Através do programa estadual Assistir, incentivo pago mensalmente e que, neste final de ano, terá um bônus maior, Santa Casa, Beneficência Portuguesa, Hospital Espírita e Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) irão receber cerca de R$ 4,4 milhões para auxiliar no pagamento do 13º salário de seus funcionários. Outras 222 instituições gaúchas vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) também foram contempladas pelo investimento.

Outra resolução do Estado, essa em resposta direta às reivindicações do Município junto ao Ministério da Saúde, também sinalizou a possibilidade de mais recursos aos filantrópicos pelotenses no futuro. Publicada no dia 22 de novembro, a resolução da Comissão Intergestores Bipartite/RS se mostrou favorável ao repasse mensal de cerca de R$ 2,3 milhões, com efeitos retroativos ao mês de janeiro de 2023, que correspondem ao reajuste do teto municipal. Segundo a Prefeitura, o documento com a decisão da Comissão já foi enviado para o gabinete da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Nenhuma mudança à vista

Diante das medidas anunciadas, a expectativa é que não haja prejuízo ao serviço prestado pelos hospitais à comunidade da região. Ao Diário Popular, a assessoria de comunicação da Beneficência Portuguesa, responsável por centralizar as posições dos hospitais, confirmou que os valores repassados pelo Programa Assistir, apesar de não serem em resposta direta aos pedidos dos hospitais, serão utilizados para custeio das instituições até o final de 2023 e que, até segunda ordem, nada será feito quanto ao fechamento de leitos.

Para a Prefeitura de Pelotas, o Programa ajuda, mas a expectativa ainda é por recursos permanentes. "O que nós esperamos, e o que os hospitais vêm buscando, é um aporte de recursos permanente. Claro que este recurso é importante e vem em um momento fundamental, mas não aumenta o custeio de forma permanente", comenta a secretária de saúde, Roberta Paganini, sobre o repasse do governo do Estado. "O fechamento dos leitos vai ser evitado, provavelmente, por toda a movimentação feita junto ao Ministério da Saúde e para a qual ainda estamos aguardando o retorno. Se tem uma grande expectativa de que aconteça um aumento permanente de parte da União e é isso que vai evitar fechamentos de leitos", finaliza.

Relembre

Desde setembro, os quatro hospitais filantrópicos de Pelotas vêm anunciando a gravidade da crise financeira enfrentada pelas instituições, que causa déficit mensal próximo dos R$ 4 milhões. O fechamento de leitos chegou a ser ameaçado caso não houvesse nenhuma mudança. A medida felizmente não se concretizou, uma vez que os entes públicos sinalizaram uma mobilização junto ao Estado e à União, inclusive cumprindo agendas e reuniões com parlamentares, ministérios e outros entes públicos, para evitar maiores prejuízos e garantir um aumento permanente de recursos de custeio para manter os serviços nas instituições.



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