Dados divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de pessoas entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, popularmente conhecidos como ‘nem-nem’, caiu no Brasil. Em 2021, 25,8% dos jovens nessa faixa etária não se dedicavam a nenhuma das opções. Em 2022, o percentual caiu para 22,3%. Entre os jovens gaúchos, 15,7% se encaixam nessa condição, número que deixa o Estado com o segundo menor número de nem-nems no País. 

Os dados mostram, ainda, que o Estado também tem o segundo maior número de pessoas que estudam e trabalham simultaneamente. Ao todo, 17,5% dos jovens nessa faixa etária se dedicam às duas ocupações. Em Pelotas, apesar de não haver dados locais, a agência do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio Grande do Sul (CIEE-RS) percebeu um aumento da procura pela inserção no mercado de trabalho. “Aumentou o número de vagas e, também, o número de contratos em 2023”, afirma a responsável por relações empresariais da agência, Luciara Souza. O crescimento, em relação a 2022, foi de 176% em contratos ativos no Programa de Estágio e 10% no Programa de Aprendizagem. 

Luciara estima que a recuperação das empresas pós-pandemia é um dos fatores que pode ter influenciado o aumento. “As empresas se reestruturaram e abriram novos negócios. Aumentou o número de empresas ativas em Pelotas. Os jovens querem ter a primeira oportunidade para adquirir experiência e as empresas querem estagiários para poder formar aqueles jovens”, observa. Nesse momento, por exemplo, há mais de 50 vagas abertas na cidade. “O CIEE sempre tem empresas em busca de jovens e com vagas ativas”, enfatiza.

Retrato dos jovens gaúchos entre 15 e 29 anos em 2022 

22,2% só estudava;
17,5% estudava e estava ocupado;
44,6% só estava ocupado.

Retrato dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos em 2022 

4,7 milhões de jovens não procuraram trabalho e nem gostariam de trabalhar. Entre eles, dois milhões eram mulheres cuidando de parentes e dos afazeres domésticos;
25,8% das pessoas que não estudam nem trabalham eram pretas ou pardas;
As mulheres representaram 28,9% dos jovens nem-nem;
Entre os jovens nem-nem, 30,6% não completaram o Ensino Fundamental;
13,9% das pessoas que não estudam nem trabalham já completaram ensino superior ou níveis mais elevados de educação.

Estados com menor número de jovens nem-nem 

- Santa Catarina: 12,8%
- Rio Grande do Sul: 15,7%
- Mato Grosso do Sul: 16%
- Paraná: 17%
- São Paulo: 17,1%

Estados com maior número de jovens nem-nem
- Maranhão: 33,7%
- Alagoas: 32,2%
- Acre: 31,9%
- Amapá: 31%
- Ceará: 30,6%