Empregabilidade

Seguindo tendência nacional, região apresenta saldo positivo de empregos nos últimos 12 meses

Em abril, País registrou o resultado mais baixo de desocupação desde 2015; Pelotas e Rio Grande registraram variação de 3,5%

Foto: Marcello Casal Jr - ABr - Cenário se mostra melhor do que em 2022

Conforme dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de desemprego no Brasil caiu de 8,5% para 8% no último bimestre, índice considerado o mais baixo dos últimos oito anos. No mesmo período, assim como no cenário nacional, Pelotas e Rio Grande apresentaram saldo positivo de postos formais. No acumulado dos últimos 12 meses, as duas cidades registraram uma variação positiva de 3,5%. Já em maio os saldos de ocupação foram negativos em diversos setores em ambos municípios.

De acordo com o Ipea, o resultado mais baixo da desocupação desde 2015 é explicado pela retração da força de trabalho aliada à expansão da ocupação. Em abril, a população ocupada apresentou a quarta expansão consecutiva, abarcando aproximadamente 99,2 milhões de pessoas. No período de 12 meses, encerrados em abril, todos os setores mostraram criação líquida de empregos, com destaque para o comércio (376,2 mil), os serviços administrativos (264,5 mil), a indústria de transformação (204,9 mil) e a construção civil (191,6 mil). No mesmo intervalo, o índice de população desalentada registrou queda de 15,8%. Os números caíram de 4,3 milhões, em abril do ano passado, para 3,5 milhões em abril deste ano.

Na região, no último bimestre, Pelotas seguiu as condições favoráveis, apresentando saldo negativo somente em março e apenas no setor da indústria. Já em Rio Grande, foram registrados números positivos de postos, nos dois meses o apenas o comércio apresentou retração. Entretanto, os dados referentes a maio já retratam queda na taxa de ocupação. Somando as duas cidades, o saldo foi de 369 pessoas deixando o mercado de trabalho.

Retração após bimestre positivo
Para o economista e professor da UFPel Marcelo Passos, a retração após três meses de índices positivos se deve à queda do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária e à sazonalidade de alguns segmentos. "Tivemos um saldo positivo de 813 vagas de emprego formais [no primeiro trimestre]", destaca, ao falar de Pelotas. Número que foi puxado pelo bom desempenho do setor de serviços.

O cenário de encolhimento no último mês, conforme Passos, é consequência dos efeitos de uma frágil recuperação do setor agropecuário no início do ano, em razão da estiagem, e que volta a apresentar as fragilidades novamente. O que impacta no poder de compra, com efeitos que irrompem no comércio e serviços, principais motores da economia regional. "Foi uma crise que afetou tanto Rio Grande quanto Pelotas e esses efeitos estão batendo", avalia. No entanto, o economista vê a retração como algo momentâneo.

A construção, área que também encolheu, é um dos exemplos da variação de postos devido à sazonalidade dos empreendimentos, sendo esta época do ano marcada pela entressafra. "Os períodos que constroem mais são no final do ano para o ano seguinte", explica. Já na indústria, ao contrário de Pelotas, que teve menos 111 ocupações, Rio Grande teve aumento de 109 vagas. O que, para Passos, é resultado de um maior investimento da Petrobras no Polo Naval. "Isso está dando sinais de recuperação. O setor industrial de Rio Grande depende muito desses investimentos da Petrobras."

A perspectiva do outro lado
Para o Sindicato dos Empregados do Comércio de Pelotas (Secpel), outro fator que influenciou negativamente o quadro de empregos foi a demora para a chegada do frio mais intenso na região. "Um dos melhores momentos do comércio é a chegada do frio e Natal, porque em roupa pesada a margem de lucro é a maior", explica o vice-presidente Célio Vieira. O representante aponta ainda que outro segmento que está em baixa é o de peças automotivas devido ao preço maior da metal mecânica. Porém, a expectativa é positiva para os próximos meses. "Com o subsídio, a parte de venda das concessionárias vai crescer", afirma.

Já para o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação, a retração é reflexo da sazonalidade das safras da produção de alimentos. "No mês de maio são demitidos os safristas da indústria do arroz", exemplifica o presidente Lair de Mattos. Além disso, importante segmento para Pelotas, a indústria da conserva segue a mesma conjuntura.


Apesar da retração, cenário melhor do que em 2022
Conforme o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Gilmar Bazanella, em maio de 2022 Pelotas tinha 60.325 vagas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Neste ano, o Município atingiu a marca de 62.483, o que representa um crescimento de 3,58%. O gestor destaca que esse número é maior do que o número de crescimento do Estado e do Brasil em termos de empregabilidade.


Em Rio Grande
No mesmo sentido, a secretária adjunta de Desenvolvimento, Inovação e Turismo, Paola Braga, aponta que Rio Grande teve uma variação positiva de 3,49% em empregos formais, no acumulado de 12 meses. O que significa a criação de 1.280 postos de trabalho formais de junho de 2022 a maio de 2023.

Já de janeiro a maio de 2023 foram 480 novos postos, o que equivale a um crescimento em empregos de 1,28%, nos primeiros cinco meses do ano.

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