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Seis dias de resistência
Sopapo - 2° Encontro no Museu traz programação dedicada à valorização do povo negro até domingo
Biografias: molduras vazias resgatam genealogias dos escravos, até então ocultadas (Foto: Jô Folha - DP)
Desde esta terça-feira (5), até domingo, o Museu da Baronesa será palco do evento Sopapo - 2° Encontro no Museu. A programação extensa contará com a exposição Para além das senzalas: narrativas sobre o passado e o presente negro em Pelotas, rodas de conversas, feira de artesanato quilombola e desfile Kanimambo.
A exposição já está disponível para a população, e convida todos à reflexão histórica. O projeto tem o objetivo de positivar a imagem do negro, e retratar um pouco da história de cada um deles. "Queremos mostrar a família dos escravos", ressaltou o curador da mostra, Marcelo Madail. Através de molduras vazias, famílias que se constituíram naquele local e tiveram suas genealogias ocultadas, hoje, estão ali representadas.
A diretora do Museu da Baronesa, Fabiane Rodrigues Moraes, conta que foram os visitantes do museu que cobraram a história do povo negro. Através de dicas nos cadernos de recomendações das exposições, os pelotenses demonstraram o interesse em saber sobre essas pessoas, que durante muito tempo foram esquecidas. "O projeto é pra dar visibilidade a quem nunca foi lembrado", reforça a diretora.
A expectativa, tanto de Madail como de Fabiane, é que a população compareça e prestigie esse momento tão importante para a cidade. "Todos estão convidados, seja pra debater, concordar ou discordar", disseram. Além disso, a dupla frisa que a exposição poderá ser conferida até o dia 30.
Toda programação é gratuita. A visitação ocorre até sexta-feira, das 13h30min às 17h30. Já no sábado e domingo, das 14h às 17h30min. Até sexta-feira, a população poderá prestigiar uma roda de conversa por dia. No sábado, haverá uma feira com artigos quilombolas à venda e apresentação da orquestra afrobeat Anjos e Querubins. Domingo, a feira segue e o que encerra a extensa programação é o desfile Kanimambo.
Mostra surgiu pelos próprios visitantes do museu registrados em cadernos de recados (Foto: Jô Folha - DP)
O sopapo
O sopapo é um tambor pelotense, originalmente criado pelos escravos que viviam nas charqueadas. O instrumento era construído com pele de cavalo e casca de árvore, e utilizado em rituais e celebrações para contemplar a sua terra e seus ancestrais.
Confira a programação:
Quarta-feira
Visitação das 13h30min às 17h30min
18h - Roda de Conversa Clubes Negros com Maria Helena, Caramão, Dona Sirley e Cassiane Paixão (Mediadora)
Quinta-feira
Visitação das 13h30min às 17h30min
18h - Roda de Conversa A trajetória de Judith Bacci (1918-1991): representatividade negra na arte pelotense com Leticia Pereira
Sexta-feira
Visitação das 13h30min às 17h30min
18h - Roda de Conversa "O pessoal dançava junto, mas cada par no seu lado com sua cor": memórias e histórias quilombolas no litoral negro do Rio Grande do Sul com Claudia Molet
Sábado
Visitação das 14h às 17h30min
A partir das 14h - Feira Quilombola Projeto Etnodesenvolvimento e Direitos Culturais em Comunidades Quilombolas e Indígenas (DAS ICH/UFPEL)
16h - Anjos e Querubins - Orquestra Afrobeat
Domingo
Visitação das 14h às 17h30min
A partir das 14h Feira Quilombola Projeto Etnodesenvolvimento e Direitos Culturais em Comunidades Quilombolas e Indígenas (DAS ICH UFPEL)
15h - Desfile Kanimanbo
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