Pelotas

Seis toneladas de poluição a menos no ambiente por ano

Com 16 contêineres de resíduos coletados diariamente, Ecopontos dão destino a resíduos e auxiliam cooperativas da cidade

Foto: Jô Folha - DP - Materiais recicláveis são encaminhados às cooperativas

Por Cíntia Piegas
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Todo começo de veraneio a rotina é a mesma no Laranjal: abrir a casa que passou meses fechada, ver o que ainda está em condições de uso, fazer aquela faxina dentro de casa e no pátio para curtir o verão. O que antes era problema para as famílias que não sabiam o que fazer com o material não mais aproveitado e realizam o descarte incorreto, hoje representa renda para muitos recicladores, que contam com quatro Ecopontos em Pelotas, além da coleta seletiva. De acordo com o Sanep, responsável pelas unidades, por mês, é coletada meia tonelada de resíduos reciclados, com destino certo, sem ferir o meio ambiente. Embora o Ecoponto do Laranjal seja bem requisitado nesta época do ano, o da avenida Juscelino Kubitscheck é o campeão de descarte.

Do papelão ao plástico, do metal à madeira, dos vidros aos restos de construção, como vigas, telhas, tijolos, até chegar aos produtos eletroeletrônicos. Tudo que chega tem um destino certo, mesmo os objetos mais inusitados como moldes de dentaduras, violão e carrinho de bebê. Além de conseguir manter a cidade mais limpa, quem agradece essa onda de conscientização das comunidades são os agentes da saúde, pois em meio às notícias de sete casos suspeitos de dengue registrados em Pelotas, as quatro unidades recolhem uma média mensal de oito caçambas de pneus e 12 de vidro, materiais propícios para proliferação do mosquito. Na mesma proporção - de 12 caçambas - estão os eletroeletrônicos de linha branca, além de televisão, monitor, computador e outros. Esses materiais são coletados diretamente pelas empresas contratadas especializadas na destinação de cada tipo de resíduo.

Para o chefe do Departamento de Resíduos Sólidos do Sanep, Edson Monterosso, os Ecopontos, além de fortalecerem a política de gestão da limpeza urbana e contribuírem para o aumento da vida útil dos aterros sanitários, possibilitam a reciclagem e/ou reaproveitamento dos diversos materiais descartados, gerando trabalho e renda e resultando numa diminuição da demanda por recursos naturais. "Diminuem, também, de forma acentuada, a existência de lixões espalhados pelo município."

Rita Oliveira da Silva, 52, está há nove anos na Cooperativa de Trabalho dos Agentes Ambientais do Fraget (Cootafra) e se beneficia do descarte nestes locais. "O Ecoponto nos ajudou muito, pois os resíduos vêm separados. Mas é preciso mais. As pessoas devem saber o que pode ser reciclado e esperar pela coleta seletiva", observa.

Em ordem
Há dois anos no gerenciamento, o Sanep adotou algumas medidas para organizar o recebimento dos resíduos como, por exemplo, a classificação do material e a solicitação do CPF da pessoa. "O principal motivo do registro do documento é para termos condições de rastreamento caso ocorra descarte de materiais irregulares, perigosos ou até mesmo criminosos", explicou. Outra finalidade é o controle da quantidade máxima de resíduos que podem ser descartados por pessoa diariamente, respeitando os limites estabelecidos por cidadão. Cad pessoa, por exemplo, pode deixar quatro pneus.

Destino
Monterosso explica que os resíduos volumosos, como os da construção civil, podas e galharias, móveis desmontados e sucatas são armazenados nas coletoras e encaminhados diretamente ao destino de cada um. Nesta época do ano o Ecoponto Laranjal aumenta a demanda de resíduos de podas e galharias. Tanto que o local ganhou uma trituradora para diminuir o volume armazenado, facilitando o transporte, além de reduzir o número de viagens para seu descarte. "Após a capacitação dos operadores do maquinário, estamos realizando planejamento para reaproveitamento desse material", justifica.

O responsável conta que desde 2021 há um aumento gradual e constante da utilização dos locais de dispensa por parte da população. "Nesses últimos meses, o descarte de resíduos praticamente dobrou, causando um aumento expressivo na quantidade de materiais recebidos. Como resultado, o Sanep já prepara para o início deste ano a ampliação da frota de poliguindastes que são equipamentos utilizados para transportes desses resíduos até seu destino final", adianta.

Fique ligado
- O que pode ser descartado: resíduos recicláveis, como papel, papelão, plástico, eletroeletrônicos de linha branca, restos de construção civil com no máximo um metro cúbico de volume, resíduos volumosos, e isso inclui móveis também com mesmo volume da obra, pneus, podas de árvores e vegetação de no máximo dois metros cúbicos e óleo de cozinha saturado.

- O que são feitos com esses descartes: todos os resíduos têm destinação final ambientalmente correta. Os resíduos recicláveis, como papel, papelão, plástico e metais, são encaminhados às cooperativas conveniadas. Mantemos contratos com empresas especializadas em reciclagem para os materiais como vidro, isopor, pneus e resíduos eletrônicos. Já os resíduos da construção civil, madeiras e poda são encaminhados para o aterro de inerte.

- Quais são reaproveitados: todos são encaminhados para reaproveitamento de acordo com as características de cada material, com exceção dos resíduos inertes da construção civil, madeiras e podas.​

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