Angústia prolongada
Sem remédio, preocupação e dor se prolongam
Medicamento Revolade segue em falta na Farmácia do Estado
Paulo Rossi -
A espera, que já se prolonga há mais de um mês, não tem data para se encerrar. A preocupação também não. A pelotense Carmem da Silva Souza, 58, segue sem acesso à medicação Eltrombopague Olamina - Revolade -, essencial ao tratamento de uma doença autoimune que reduz as plaquetas do sangue. Na última quarta-feira, com fortes dores nas pernas e desânimo intenso, a aposentada precisou internar-se novamente. E o pior: o remédio não deve chegar antes do final deste mês. A confirmação veio da própria Farmácia do Estado, em Pelotas, na tarde de segunda-feira (12).
Para garantir seus direitos e ampliar a qualidade de vida, Carmem recorreu à Justiça para exigir que o Governo do Estado repasse o medicamento, ainda que não esteja disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "É esse remédio que me mantém viva. Fico muito fraca e não posso ter nenhuma queda, nenhum corte por causa do risco de hemorragias", ressalta. E a hipótese de adquiri-lo, diretamente em redes de farmácias, está totalmente descartada. Uma caixa com 14 comprimidos, suficientes para apenas uma semana, custa mais de R$ 3,7 mil. Impossível para quem sobrevive com o salário mínimo.
Em atestado médico da última sexta-feira, o Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), onde a moradora do bairro Areal está internada, reforça: ... a paciente Carmem da Silva de Souza está internada para tratamento de plaquetopenia grave sem resposta satisfatória aos tratamentos de primeira e segunda linha. Apresentando melhora clínica e laboratorial somente ao Eltrombopague. Bastaria, portanto, ter acesso ao medicamento para poder ter alta. Afinal, o HE também não o oferece, mas mantém o quadro sob controle através de outras intervenções.
O remédio é essencial para manter as plaquetas em alta. A doença, conhecida como púrpura trombocitopênica idiopática, destrói essas células do sangue, responsáveis pelo processo de coagulação. O diagnóstico é recente. Foi conhecido em julho.
O que diz a Farmácia do Estado
A Farmácia do Estado, em Pelotas, confirmou que o Revolade segue em falta. Uma nova remessa de remédios só deve ser enviada no final do mês. Não há, entretanto, garantia de que será encaminhado.
O Diário Popular também tentou contato com as equipes da Secretaria Estadual de Saúde, em Porto Alegre, para saber mais detalhes das razões para o atraso e de perspectiva para chegada da medicação - que, por certo, causa angústia a outras famílias -, mas veio apenas a afirmação de que nenhuma informação seria concedida até o final da tarde de ontem.
Troca de comando na 3ª CRS
Desde o dia 1º de novembro, não é mais Gabriel Andina quem responde pela 3ª Coordenadoria Regional de Saúde. Depois de três anos e oito meses, o leonense pediu exoneração do cargo. Com a troca de governo, a partir de 1º de janeiro, e uma proposta de trabalho junto à iniciativa privada, Andina solicitou a saída.
Ao conversar com o Diário Popular na tarde de segunda, apenas adiantou que a nova função profissional terá conexão indireta com a saúde pública, já que a empresa presta serviços pelo SUS. Quem assumiu o comando da 3ª CRS é a adjunta Rode Laco Hartwig.
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