Como parte do Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas, previsto para ser concluído no próximo ano, a prefeitura realizou nesta quarta-feira (5), no Salão Nobre do Paço Municipal, um seminário com especialistas da área viária. Este é um dos passos ligados à consulta da comunidade e autoridades no assunto para mapear as principais necessidades a serem inclusas no projeto.

O evento contou com os palestrantes Maurício Polidori, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), especialista em planejamento ambiental, mestre em planejamento urbano e doutor em ciência; Cláudio de Ugalde, arquiteto da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), que abordou a acessibilidade viária. Mesmo sem conhecer Pelotas, explicou como funciona a problemática geral dos meios e modos na mobilidade. A mestre em transportes pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marta Obelheiro, encerrou o seminário trazendo sua experiência como coordenadora de projetos de segurança viária do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.

Em conversa com a reportagem, Polidori comentou que esta fase é justamente para descobrir a questão mais urgente, partindo de um processo da base para o topo, considerando a opinião pública coletiva. Assim, se chegará a uma conclusão, que poderá ser surpreendente, na sua concepção. Tal compilado de informações deverá revelar as prioridades de Pelotas. "Precisamos identificar junto à sociedade nossos problemas e possibilidades", definiu.

Ao longo da palestra, lembrou que o planejamento urbano é essencial, porém só funciona se trabalhado junto com outros planos, como o regional e o estratégico. O meio ambiente foi um dos destaques de sua fala. "Não é possível pensar na mobilidade sem considerar a natureza", pontuou.

Além de autoridades e palestrantes, a população se fez presente no evento. Para o mototaxista Oldair José, há 20 anos na profissão, o evento serviu para ver quais os passos serão tomados. Convivendo diariamente no trânsito, ele considera o crescimento dos últimos anos assustador, mas vê com otimismo a possibilidade de um plano para melhorar a questão.

Andamento
O plano de trabalho foi apresentado em abril e a fase inicial, de diagnósticos, deverá terminar em outubro. Após isso, outro semestre deverá ser destinado à construção e à análise metodológica do processo, segundo o arquiteto e coordenador executivo do plano de mobilidade, Evaldo Kruger. Ele destacou a necessidade da participação da comunidade para fazê-lo funcionar. O momento atual é de coletar dados ainda não obtidos nas consultas anteriores, como a origem e o destino de quem se locomove dentro da cidade. Outro dado sendo obtido é o de quem sai de Pelotas e quem vem de outros municípios diariamente.

Contribuição on-line
O pelotense também pode contribuir através de um site. Até o momento, 210 pessoas elencaram, por ordem de importância, os setores que merecem atenção prioritária. Com 35%, o sistema viário - sinalização e pavimentação - foi considerado como a área mais importante a receber investimentos, seguido por transporte coletivo (21%), calçadas (21%), acessibilidade (12%) e ciclovias (10%).

Além das respostas à enquete, cerca de 40 e-mails já foram enviados; reivindicações sobre calçamento, transporte público e trânsito foram recorrentes. Demandas sobre a necessidade de mais ciclovias conectadas, maior frequência de linhas específicas de ônibus e implementação de modais alternativos também foram apontadas.

(Com informações da Ascom)