Um serviço de excelência em urgência e emergência é prestado gratuitamente pelo Programa de Residência em Área Profissional de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Hospital-Escola (HE), mas a maioria da população desconhece que pode fazer uso. Alguns procedimentos mais simples são feitos na própria faculdade, que dispõe de dez boxes para intervenções que não são de trauma.

Desde 2010 existe o programa de residência, na mesma lógica da Medicina, explica o coordenador do programa, Antônio César Fogaça. Os residentes recebem atualmente uma bolsa de R$ 3 mil pelo cumprimento de 60 horas semanais. Já os professores que operam as fraturas de face utilizam o mesmo sistema que a Suíça e os Estados Unidos, sendo que alguns têm formação lá e são conferencistas internacionais.

As cirurgias de olhos, nariz e boca são de fácil acesso e resolução, afirma Fogaça. Entre o trauma ocorrido e a operação leva de sete a dez dias para ocorrer o procedimento. As cirurgias ortognáticas, como são chamadas, também são feitas e tratam as deformidades da face. São corretivas, como por exemplo quando há desequilíbrio entre o maxilar superior e a mandíbula ou vice-versa. São totalmente sem custo. O único recurso dispendido é com o aparelho que precisa ser colocado antes da intervenção.

Fogaça salienta que o aparelho ortodôntico inclina o dente, mas não consegue mudar o maxilar. A colocação do aparelho se dá como preparação nos dentes para que a cirurgia aconteça. Segundo dados da AO Foundation Suíça, de 1% a 2% da população tem discrepância óssea, o que no caso de Pelotas daria cerca de dez mil pessoas, comenta o coordenador. Isso é ligado à etnia e as pessoas com essa deformidade tendem a passar para os filhos.

Também são feitas cirurgias de tumores benignos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e implantes dentários. O paciente, nesse caso, compra apenas o material: o implante e o dente, sendo a comercialização em empresas conveniadas, que cobram entre 20% e 25% a menos do que o mercado. Ou seja, o serviço sai em torno de R$ 550,00, já colocado. Esse atendimento iniciou há um ano e desde então foram colocados mais de 100 implantes.

Para ter acesso ao serviços, de ensino, pesquisa e extensão, as pessoas devem se dirigir à Faculdade de Odontologia, na rua Gonçalves Chaves entre Félix da Cunha e General Telles, e solicitar atendimento na triagem ou diretamente na Pós-Graduação, no terceiro andar do prédio, às quintas-feiras, das 9h ao meio-dia.

Atendimento
- De trauma - São feitos de quatro a cinco por semana
- Cirurgias ortognáticas - De 20 a 30 por ano
- Implantes dentários - Em um ano, 70 casos foram registrados, que resultaram na colocação de mais de 100 (um paciente pode fazer mais de um)

Equipe
- Seis residentes
- Três professores que fazem as cirurgias de bloco cirúrgico no Hospital-Escola
- Dois professores que fazem as cirurgias de boca na Odontologia