Pesquisa

Suporte acadêmico na produção de cerveja

Alunos conhecem o processo de fermentação da bebida alcoólica mais famosa do mundo

Carlos Queiroz -

Diversas oportunidades surgem no ramo da cerveja, a bebida alcoólica mais popular do mundo. Atualmente, a fabricação artesanal - utilização apenas de ingredientes naturais - está em alta, sendo possível encontrar inúmeras receitas na internet. Mas a qualidade é diretamente influenciada por ingredientes que saem do campo, como a cevada. E o curso de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vem se aprofundando no assunto, pois o ramo poderá ser explorado pelos futuros agrônomos.

Segundo o coordenador do colegiado do curso de Agronomia, Edemar Rossetto, este é um mercado antigo que está em evidência. O Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos (DCTA) já abordava o trabalho da fermentação na produção de pães, vinhos e da própria cerveja. Para evitar pré-conceitos, por se tratar de bebida alcoólica, Rosseto frisa que a pesquisa realizada na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem) é voltada à indústria e não para o consumo. As análises sensoriais realizadas na Universidade são de, no máximo, 30 mililitros. A produção de cevada, porém, não é característica do Rio Grande do Sul, em função da umidade relativa do ar. O estado que mais se destaca neste ponto é o Paraná, onde os alunos da UFPel deverão fazer visita no próximo semestre.

Dejalmo Prestes, agrônomo e doutorando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, produz cerveja há quatro anos e decidiu pesquisar mais sobre a produção artesanal. Sua tese consiste, basicamente, em substituir o lúpulo pela carqueja-gaúcha e a cevada pelo arroz. Com laboratório nos fundos de casa, ele testa as mais diferentes combinações, incluindo até frutas nativas, como araçá e butiá. “O sistema de pesquisa é algo apaixonante e que não tem fim, por isso queremos descobrir cada vez mais”, diz. Para Prestes, a liberdade de poder criar o próprio estilo na produção é o que fascina. “É a bebida para se aproveitar o sabor, o aroma, o corpo e a espuma. O pessoal bebe as comuns pelo ‘tontinho’ e pelo frescor”, falou. Segundo ele, R$ 800,00 são necessários para começar uma produção caseira, incluindo os ingredientes e um kit básico de equipamentos que contém panela com torneira, balde ou garrafão fermentador, termômetro, tampador de garrafas, tampinhas, moedor manual de grãos, um elemento filtrante e espátula mexedora.

PET/Agronomia promove evento até sábado
O Programa de Educação Tutorial (PET) Agronomia aproveitou a expansão do ramo para realizar o evento Do Campo ao Copo (confira a programação) e abordar todo o processo produtivo da cerveja. Segundo a aluna Tatiele Gomes, o tema foi escolhido para dar suporte técnico aos interessados, como é o caso de alguns colegas que produzem com receitas da internet. As palestras serão realizadas na Faem, enquanto a oficina ministrada por Prestes ocorrerá no Campus Anglo.

500 anos da lei da pureza
A cerveja surgiu há aproximadamente nove mil anos. A primeira prova arqueológica vem da Suméria, onde os habitantes molhavam pães velhos para amolecê-los. Neste processo, ocorria a fermentação espontânea com leveduras silvestres, formando uma papa fermentada. Logo, a primeira cerveja era comida e chamada de “pão líquido”. Porém, foi em 23 de abril de 1516 que foi criada a Reinheitsgebot, que significa Lei da Pureza da Cerveja. Esta norma decretada em Ingolstadt pelo duque da Baviera, Guilherme IV, proibia a comercialização de cervejas que tivessem ingredientes diferentes de lúpulo, malte e água. Isto porque, na época, os belgas utilizavam componentes como frutas e cereais.

Programação

Quarta
18h15min - Inscrições e Credenciamento
18h30min - Abertura
18h45min - História da cerveja
20h15min - Cultura da cevada e elaboração de malte

Quinta
18h30m - Uso de malte na cerveja
19h45m - Coffee-break
20h - Fermentação, tipos e estilos de cerveja e marcas comerciais

Sexta-feira
18h30min - Legislação e Mercado
20h - Sacarificação e Processos

Sábado
7h30min - Oficina de elaboração de cerveja

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