Atualizada às 21h04min.

A fábrica de laticínios da Cosulati, no Capão do Leão, deve começar a semana com as atividades suspensas. Trabalhadores prometem manter vigília em frente à indústria ao longo do final de semana. Na sexta-feira (31) pela manhã, a categoria voltou a paralisar os serviços, em protesto por três demissões ocorridas após o manifesto de segunda-feira - encaradas como retaliação - e por outras 20 que estariam por se confirmar até 3 de junho. Os salários atrasados, reivindicados no começo da semana, caíram nas contas entre terça e quarta-feira.

O manifesto foi parar na Justiça. No final da tarde de sexta-feira, o juiz da 1ª Vara do Trabalho, Daniel Voltan, acolheu o pedido da assessoria jurídica da Cosulati e proibiu a obstrução de entrada e saída de veículos e de funcionários que, eventualmente, desejem retomar as atividades. A Brigada Militar (BM) já foi comunicada da decisão.

"Buscamos a readmissão dessas três pessoas e a suspensão das 20 demissões que estão previstas para os próximos dias", destaca o presidente do Sindicato da Alimentação, Lair de Mattos, ao se pronunciar em nome dos trabalhadores. Um calendário futuro de pagamento dos salários e um plano para elevar a captação de leite e recuperar a Cooperativa também são cobrados pelos funcionários.

Em maio, em determinados momentos, apenas 22 mil litros de leite chegaram por dia na Cosulati. "É um volume incapaz de dar conta e manter a cooperativa viva", preocupa-se Lair. Embora se saiba que no período de frio, com prejuízos nas pastagens, a produção sempre sofre queda. 

Os funcionários também reivindicam a participação efetiva em discussões e assinaturas que envolvam parcerias negociadas com investidores para a fábrica de rações em Canguçu e o frigorífico de aves em Morro Redondo poderem voltar a operar.