As raízes de Pelotas foram o principal destaque da solenidade que inaugurou a 26ª Fenadoce na noite de terça-feira (5). A cerimônia, realizada no palco da Cidade do Doce, foi também o momento de entrega do certificado que confere à tradição doceira e ao conjunto arquitetônico da cidade os títulos de patrimônios imaterial e material do Brasil, respectivamente. A distinção foi dada pela presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Kátia Bogea, que esteve na cidade pela primeira vez.

Pelotas foi a primeira cidade a ter seus patrimônios imaterial e material reconhecidos em um mesmo dia. Para Kátia, essa atitude muda a forma como o Iphan enxergava o patrimônio. "As duas coisas fazem parte da cidade. O território e o conhecimento são inseparáveis", considera. Ela passou o dia no município e aproveitou para almoçar no Mercado Central e conhecer os prédios tombados pelo Iphan, espalhados por sete setores de proteção.

Após a entrega e a abertura oficial da Fenadoce, os presentes foram conduzidos por uma visita guiada aos corredores do Centro de Eventos. A animação da cerimônia ficou por conta dos personagens que dão vida às antigas doceiras. Concebido pelo artista Madu Lopes e presente desde a edição passada, neste ano o elenco foi ampliado e ganhou uma banda. Cada ator e atriz representa uma das muitas etnias responsáveis pela formação da cidade.

Os personagens fazem parte do Espaço Arte do Doce, uma das muitas atrações da feira. Além deste espaço, outras 747 apresentações culturais estão previstas para ocorrer até o último dia de feira. Há também 250 expositores vendendo desde roupas e calçados até acessórios para animais de estimação. Dentre eles, 62 estão na Feira de Agricultura Familiar, 42 na Cidade do Doce e 18 na Praça de Alimentação. A 26ª Fenadoce teve início no dia 30 de maio e vai até o dia 17 deste mês.