Solidariedade

UFPel e Anhanguera arrecadam caixas de leite para confecção de mantas térmicas

As mantas serão entregues às famílias atingidas pelas enchentes; os prédios da Anhanguera e do Centro de Integração do Mercosul são pontos de coleta

Foto: Volmer Perez - DP - Caixas serão adaptadas para virar cobertores que serão entregues em abrigos da cidade

Um dos grandes desafios enfrentados pelas vítimas das chuvas no Estado tem relação com as baixas temperaturas. Distantes de suas moradias por conta das enchentes, os moradores dependem do suporte oferecido nos abrigos para se proteger das ondas de frio que chegam ao RS nesta época do ano. Nos refúgios, algumas medidas comuns como a disposição de pallets de madeira para suspender os colchões do piso gelado, a distribuição de bebidas quentes como café, leite ou chá, ou, ainda, o reforço no pedido de doações de itens de inverno, podem não ser capazes de sanar o problema de maneira efetiva. Além do desconforto, os acolhidos que sofrem com o frio podem desenvolver um agravamento do quadro de doenças já existentes, como também gripes e resfriados.

Pensando nisso, a Faculdade Anhanguera de Pelotas e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estão promovendo uma iniciativa de arrecadação de caixas de leite do tipo Tetra Pak, para confecção de mantas térmicas que serão posteriormente encaminhadas aos abrigos com o intuito de amenizar a sensação de frio vivida pelas pessoas que estão nesses locais. Pela UFPel, o Centro de Integração do Mercosul (CIM) é a parte envolvida no processo. Foi no curso de gestão ambiental e sustentabilidade desenvolvido na unidade que a ideia de produzir cobertas sustentáveis surgiu, e com apoio de alunos e professores, se tornou realidade, baseado em um modelo que já existe, do projeto ‘Lixo Zero e Recicla’.

Para o diretor do Centro de Integração do Mercosul (CIM) da UFPel, Javier Luzardo, a união entre as duas instituições de ensino superior é de grande importância e representatividade, pois ambas possuem uma responsabilidade junto à comunidade pelotense. “As instituições de Ensino Superior devem de alguma forma contribuir com esse período de calamidade climática que nos afeta. [...] Retornar para a sociedade todo o investimento que é feito nelas também. O compromisso social das instituições de ensino superior passa justamente por essas ações minimamente humanas, no momento de necessidade como esse”, entende.

Luzardo revela que a responsável por lançar a ideia foi a professora de direito ambiental da unidade, Débora Peter, que representa a Anhanguera. Segundo a docente propositora da ação, é uma obrigação dela, que leciona sobre direito ambiental, apresentar algumas soluções para os problemas que têm aparecido. Débora salienta que todo o material arrecadado não será desperdiçado depois que tudo passar. “Nós pensamos até a destinação final. Esse material pode servir para fazer isolamento térmico de residências de madeira, e se não houver ninguém nessa situação também pode servir para casinha dos animais, então é um material que, após momento de crise, vai ser reaproveitado até o último momento”, garante a professora.

Produção das mantas
Alunos do curso de Hotelaria, Gestão Ambiental, Direito e outras esferas do ambiente acadêmico das universidades já estão engajados para ajudar na construção das mantas térmicas. Para a criação de um cobertor termal, são necessárias 32 caixas de leite que são unidas através do aquecimento das extremidades, com uso de um soprador de ar quente. Com isso, a cada uma hora, na média, uma manta é confeccionada e destinada aos abrigos que mais necessitam. “A ideia é que a gente possa mapear a quantidade de pessoas que precisam disso nos abrigos e à medida que nós tivermos um número determinado, que a gente possa encaminhar para esses abrigos”, explica Luzardo. “Nós temos muitas pessoas desabrigadas, muitas pessoas nos abrigos de pelotas e a ideia é abranger o máximo possível”.

Discussão da pauta ambiental
A professora Débora destaca que a natureza tem dado sinais cada vez mais severos de que está sofrendo com o “efeito estufa em demasia”, e que chuvas, vendavais e desastres climáticos no geral, estão ocorrendo de maneira progressiva em outras partes do mundo. “A gente também está estudando plano diretor, estatuto da cidade, que é uma lei, porque nós precisamos inserir na agenda política o mais rápido possível o enfrentamento das mudanças climáticas. Essa aqui é uma ação emergencial, mas nós precisamos lidar com a pauta das emergências climáticas”, pontuou.

Orientações
É importante que as caixas de leite estejam vazias, limpas e higienizadas. O que também facilita o processo de montagem das mantas é se as caixas forem entregues já abertas. A maneira mais adequada é abrir as orelhas das caixas, cortar a parte superior e inferior delas e lavá-las com detergente e água. Se a caixa tiver tampa, é preciso cortar abaixo dela e retirar essa parte.

Pontos de coleta:
Faculdade Anhanguera Pelotas
Av. Fernando Osório, 1.970 (das 9h às 21h).

Centro de Integração do Mercosul (UFPel)
Rua Andrade Neves, 1.529 (das 14h às 18h).​​

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Transferida para outro local, UPA tem menos procura Anterior

Transferida para outro local, UPA tem menos procura

Terça-feira tem índices de estabilidade das águas em Pelotas Próximo

Terça-feira tem índices de estabilidade das águas em Pelotas

Deixe seu comentário