Rumo aos Estados Unidos

UFPel Rocket Team voando cada vez mais alto

Projeto foi selecionado para a maior competição universitária de foguetes experimentais do mundo

Divulgação -

Nove meses após ser formado, o grupo especializado na criação e lançamento de foguetes da Universidade Federal de Pelotas já colhe grandes frutos.

Na última semana, a UFPel Rocket Team foi selecionada para a maior competição universitária de foguetes experimentais do mundo: a Spaceport America Cup, realizada nos Estados Unidos. É o único grupo gaúcho a entrar na competição. E o mais impressionante: tudo foi feito a partir de iniciativa própria dos estudantes.

O UFPel Rocket Team é um projeto de ensino formado por cerca de 30 a 40 membros, alunos dos mais diversos cursos da UFPel - ciência da computação, engenharias de produção, mecânica e até mesmo dos cursos de economia, letras e direito. Estudante de engenharia da computação, Victor Barros, representante da equipe, conta que ela é dividida em área de atuação: mecânica de voo, aviônica (eletrônica de foguetes), aerodinâmica, estruturas e propulsão. O que os une é um interesse em comum: são apaixonados por pesquisar, confeccionar e lançar foguetes. “Funciona porque temos várias pessoas diferentes pensando juntas”, ressalta o estudante Victor.

Os integrantes da turma vivem grande momento. Recém retornaram da Campus Party, em São Paulo, evento considerado a maior experiência tecnológica do mundo. O festival une jovens com interesse em projetos de inovação, criatividade, ciências, empreendedorismo e universo digital. Lá, no dia 3 de fevereiro, a Rocket Team apresentou seu projeto no palco principal, por onde 12 mil pessoas e 870 palestrantes passaram. Já que o maior objetivo da Rocket Team é fomentar a área espacial em Pelotas, além de levar o nome da cidade e da UFPel a eventos nacionais e internacionais, os alunos podem ficar tranquilos - estão cumprindo a missão.

Trabalho duro 
O último foguete lançado foi o Anita-209. Feito de materiais simples como canos de PVC e madeira MDF, o Anita atingiu 500 metros e acionou seu paraquedas, condição necessária para ser recuperado pelos estudantes e ser considerado um lançamento de sucesso. Agora, para a Spaceport, a equipe prepara o maior que já confeccionaram: o Cotada-209 (o número é o mesmo do laboratório utilizado pelos alunos no Centro de Engenharias da UFPel), com capacidade de chegar aos 3 mil metros. Até então, mais de R$ 2 mil foram gastos no foguete. 

Durante o início do ano a equipe concentrou-se para aprovar o projeto de foguete na competição, programada para acontecer entre os dias 19 e 23 de junho. “. O desenvolvimento do sistema de propulsão, estruturas e sistema eletrônico é feito totalmente pela própria equipe, o que exige, além de superações financeiras, um projeto teórico bem elaborado e robusto”, destaca a Rocket Team. Outras equipes brasileiras confirmadas para participar do campeonato vêm da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológica de Aeronáutica (ITA).

Se tiverem sucesso na missão no país norte-americano, ganharão um troféu e prêmios em dinheiro. Além disso, é a chance que os alunos têm para conquistar o reconhecimento dos profissionais envolvidos no festival - entre os apoiadores está a SpaceX, empresa americana que desenha, fabrica e lança foguetes e construções espaciais. “Mas o prêmio mais valioso mesmo é ver o foguete decolando e depois acionando o paraquedas sem defeitos”, fala o membro Eduardo Veiga, estudante de engenharia de controle e automação. Depois de finalizado, o Cotada-209 terá aproximadamente 1,87 metro de comprimento e 20 quilos. “A nossa categoria na competição é sobre exatidão. O vencedor é quem chegar mais perto dos três mil metros”, explica Victor.

Ajude a Rocket Team
Agora, o objetivo é arrecadar fundos para levar grande parte dos membros para participar da Spaceport. Apesar de contarem com o patrocínio de algumas entidades, como a moeda descentralizada Decred, a maioria dos custos está sendo paga com dinheiro dos integrantes. Victor conta que a sua inscrição e a de outros quatro membros foi paga com recursos próprios, assim como a inscrição do foguete, além dos custos com visto e passaporte para poder entrar no país: R$ 769,00 ao todo para cada pessoa. 

Por isso, a turma decidiu na última semana abrir campanha de financiamento coletivo on-line para viabilizar a viagem até a cidade sede da Spaceport, Las Cruces, no estado do Novo México (EUA). O objetivo é atingir R$ 15 mil em doações. Quando chegarem lá, apresentarão o projeto para mais de 100 equipes internacionais, reunidas para demonstrarem as tecnologias desenvolvidas em universidades de todo o mundo. Para ajudar, visite o link http://bit.ly/2C0YEjW. Acompanhe a equipe: facebook.com/ufpelrocketteam

Como funciona a equipe

Aviônica
faz a parte eletrônica do foguete, o que inclui a estrutura que capta os dados do voo e aciona o paraquedas, assim como a ignição do foguete

Gestão
Cuida da logística, integração das áreas e gestão de pessoas, além de preparar todos os detalhes para eventos e competições

Aerodinâmica
Responsável por projetar e construir todo o corpo do foguete e paraquedas. Os membros do setor fazem o design e a seleção dos materiais necessários para construção e confecção das estruturas

Marketing
Faz a divulgação do projeto. Produz conteúdo para as redes sociais e material utilizado pela equipe, como a criação do logo e da identidade visual

Propulsão
Responsável pela construção do motor que fará o foguete subir

Mecânia de voo
analisa as forças atuantes sobre o foguete durante o voo, desde a ignição até o pouso. Utiliza simulações para determinar as características relativas ao plano de voo, como o desempenho do motor

 

 

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