Imprudência
Um pedido de socorro para evitar mortes
Moradores do bairro Três Vendas reclamam da falta de sinalização em cruzamento com vários registros de acidentes
Jô Folha -
Os moradores da rua Daniel Capdebosco, no bairro Três Vendas, estão preocupados com a quantidade de acidentes de trânsito no local. Segundo os relatos, em média uma vez por semana é registrado algum caso e uma jovem, inclusive, já teria perdido a vida devido à imprudência dos motoristas. Um pedido de ajuda foi encaminhado ao Poder Público, que se comprometeu em reforçar a sinalização viária.
Moradora do local há nove anos, Débora Peter, 46, conta que a situação piorou após o asfaltamento da avenida Zeferino Costa. Sem espaço adequado para o acesso à Daniel Capdebosco, os motoristas precisam ficar parados na Zeferino, esperando o momento adequado para dobrar. Porém, a advogada relata que é nesse momento que muitas vezes os acidentes acontecem. Outro problema relatado é a alta velocidade com que os veículos trafegam pela avenida. "Eu e a mãe só ficamos contanto: mais um, mais um [acidente]. É horrível", comenta.
Indignada com a situação, Débora entrou em contato com a Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) e recebeu como retorno que seria colocada uma placa de "Pare" no local, o que, segundo a advogada, não será suficiente. "A noite ninguém vai ver nada, isso aqui é um breu", explica.
Um óbito já foi registrado
A manicure Gislaine Louzada, 49, presenciou um grave acidente no cruzamento entre as vias. Ela lembra que o caso ocorreu há cerca de três anos, quando uma jovem vinha de uma festa pela manhã. A imprudência de um motociclista acabou tirando a vida da moça. Gislaine ressalta que, devido à localização da rua - entre as avenidas Zeferino Costa e Fernando Osório -, há um tráfego intenso de veículos. "Do mês de novembro até a semana passada, foram cerca de cinco acidentes, a maioria com motos", comenta.
Vitima do cruzamento, o aposentado Cláudio Carvalho, 70, conta que enquanto esperava na Zeferino, acabou tendo seu veículo atingido por um motociclista que vinha em alta velocidade. Carvalho não ficou ferido, mas o motorista da moto precisou de atendimento médico. O aposentado conta que não teve mais notícias do rapaz, mas que, até onde sabia, ele estava se locomovendo com uma cadeira de rodas. "Eu estava parado para dobrar e ele bateu, não deu morte por pouco. Colocaram uma placa, alertando o limite de velocidade, mas ninguém obedece. O pessoal passa a mais de cem [quilômetros por hora]. Essa esquina se tornou um perigo constante", finaliza.
A reivindicação dos moradores é pela colocação de uma rotatória ou um semáforo no local, pois alegam que redutores de velocidade ou placas não resolveriam o problema.
O que diz a prefeitura
Apesar dos relatos preocupados dos moradores, de acordo com os dados da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT), desde 2019, foram registrados apenas dois acidentes com danos materiais no local. O chefe da pasta, Flávio Al Alam, diz que a pista possui o cruzamento semelhante a outros da cidade e que é necessária a atenção dos motoristas, principalmente em horários de maior movimento.
Como solução para os acidentes, o Poder Público informa que irá reforçar a sinalização viária no local, mas não instalará um quebra-molas, pois não há um número de acidentes que justifique essa necessidade. "Para um planejamento estratégico do trânsito nesse ponto, consideramos os registros de acidentes, que - conforme demonstrado pelos dados notificados até o momento - não tem ocorrido, sendo dois registros sem danos físicos nos últimos três anos", explica o secretário.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário