Centenário do CaVG

Um século de histórias que ultrapassam gerações

Completando cem anos dia 12 de outubro, sentimento de família e acolhimento é característico da comunidade acadêmica do Cavg

Foto: Jô Folha - DP - Cavg completa cem anos de história no dia 12 de outubro

Patronato Agrícola, Escola Agrotécnica e Colégio Agrícola. Estes são alguns nomes que, nas últimas décadas, identificaram o atual Câmpus Pelotas - Visconde da Graça (CaVG), pertencente ao Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Enquanto os nomes podem ter mudado, o propósito da educação técnica, pública e de qualidade se mantém imutável. É com este compromisso que, no dia 12 de outubro, o CaVG completa um século de história. Em homenagem ao centenário, o Diário Popular inicia uma série de reportagens que celebram o passado, o presente e o futuro da instituição que conquista o coração de quem a frequenta.

Dos cem anos de vida do CaVG, os últimos 47 foram testemunhados pelo funcionário José Roberto Côrrea Martins, o servidor mais antigo da instituição. No entanto, muito antes de trabalhar no câmpus, a história de José Roberto já se confundia com a do CaVG. Antes de assumir o cargo de servente de pedreiro aos vinte e poucos anos, sua avó, pai e tio também haviam trabalhado por lá. "A minha vida toda foi aqui dentro. Devia ter uns oito anos e eu não saía daqui de dentro, andando de bicicleta, correndo. Em resumo, minha vida é o câmpus", relembra Martins.

Além de trabalhar no local, José Roberto é um dos dois funcionários que também moram na instituição. Referência para responder qualquer pergunta sobre o funcionamento do câmpus, o servidor agora se prepara para a aposentadoria e resume o sentimento de ter sentido na pele a vida no CaVG. "Sou a quarta geração a trabalhar aqui. Pra mim é uma honra, um orgulho, representar as gerações da minha família aqui dentro", conta.

Histórias de família
Ao falar com quem anda pela escola, a maior parte das pessoas diz que a comunidade acadêmica é como uma família. Para alguns, como a professora Maria Isabel Moreira, essa resposta é ainda mais literal. "Nunca me imaginei professora ou trabalhando no CaVG, mas as coisas da vida me trouxeram pra cá. Me apaixonei mais do que já era pelas histórias que meus pais contavam. Aqui tenho bons alunos, boas parcerias de trabalho e, além disso, tenho meu pai, minha mãe e minha tia que também compartilham essas histórias", conta a professora, que trabalha no câmpus há 15 anos.

A professora Rita Moreira, tia de Isabel, divide o mesmo sentimento desde que chegou ao CaVG 38 anos atrás. "A gente desenvolve um laço, é muito mais do que um lugar para trabalhar. É uma escola de alma. O CaVG é muito mais do que cem anos de história para a cidade, é cem anos de história pra vida de cada um que passou por aqui", reflete. O irmão de Rita e pai de Isabel, José Francisco, foi agrônomo, professor e diretor na instituição. "O CaVG pra mim foi uma segunda casa. Tive o prazer de trabalhar com bons funcionários e professores, que sempre vestiram a camisa. Tu chega aqui e recebe um carinho especial. Tanto professores quanto alunos têm muito amor pela entidade", comenta o ex-diretor.

Uma breve linha do tempo
- 12 de outubro de 1923: é inaugurado o Patronato Agrícola Visconde da Graça, sob responsabilidade do Ministério da Cultura, então coordenado pelo pelotense Dr. Ildefonso Simões Lopes. A área de 201 hectares, que abriga a instituição até hoje, foi doada pela família Simões Lopes e o nome Visconde da Graça foi dado em homenagem a João Simões Lopes Filho.
- 1934: o Patronato é extinto e passa a funcionar como Aprendizado Agrícola Visconde da Graça. Há uma reorganização de ensino e a instituição passa a dar mais ênfase à parte técnico-profissional.
- 1947: uma mudança no sistema de ensino instaura outras duas séries além da Iniciação Agrícola e a instituição passa a chamar-se Escola Agrotécnica Visconde da Graça.
- 1957: uma lei orgânica possibilita a criação do Colégio de Economia Doméstica e Rural, que dá oportunidade para meninas também estudarem na escola.
- 1961: a Escola se desvincula do Ministério da Agricultura e passa a fazer parte do Ministério da Educação.
- 1964: instituição muda o nome para Colégio Agrícola Visconde da Graça, nome que dá origem à sigla CaVG.
- 1968: um decreto presidencial estabelece a transferência das escolas de ensino técnico para as Universidades, e o CaVG, ao incorporar o Colégio de Economia Doméstica, também é integrado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 1969.
- 2008: são criados os Institutos Federais de Educação e a comunidade do CaVG, em votação, decide por sua integração ao IFSul.
- 2010: é oficializada a integração do Cavg ao IFSul, que passa a ser chamado de Câmpus Pelotas - Visconde da Graça, denominação que se mantém até os dias de hoje.

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