Influenza aviária

Maioria das mortes por gripe aviária em mamíferos marinhos ocorreram no sul

Mais de cem animais já morreram pela doença; novo foco suspeito em Torres está sendo analisado

Foto: Divulgação - DP - Estado já possui dois focos confirmados da doença

Por Victoria Meggiato
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Recentemente, o Rio Grande do Sul registrou a presença do vírus Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em mamíferos marinhos. O Estado já possui dois focos confirmados, na praia do Cassino, em Rio Grande, e na praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar. Um terceiro foco suspeito, em Torres, está em análise laboratorial e, se confirmado, será o terceiro desde o dia 4 de outubro. Ao todo, já foram contabilizadas 102 mortes, entre lobos e leões marinhos, em todo o Rio Grande do Sul, sendo uma concentração de 90% no litoral sul.

Dos animais mortos ou doentes já encontrados, são nove leões-marinhos e três lobos-marinhos na praia do Cassino; 29 leões-marinhos e 25 lobos-marinhos na praia do Hermenegildo; e dois leões-marinhos e um lobo-marinho em Torres, onde foi feita coleta para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA). Segundo Francisco Lopes, diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria da Agricultura, o aumento dos casos no Estado está ocorrendo em razão de uma onda do vírus que, até o mês passado, estava aparecendo em grande quantidade no Uruguai. "Lá há uma comunidade reprodutiva dessa espécie, tanto de lobos, quanto de leões marinhos. Nessa época do ano, os machos da espécie tendem a migrar para o litoral do Rio Grande do Sul para um descanso do período reprodutivo", relata.

Ainda de acordo com Lopes, as equipes de órgãos ambientais têm trabalhado junto aos municípios para darem destino às carcaças de animais, evitando que o vírus siga ativo no ambiente. "Essa é a preocupação principal, mobilizar os órgãos de todas as esferas, federal, estadual e municipal para que realizem essas ações."

No Brasil, não há registros da doença na produção comercial de aves e, por esse motivo, não há mudanças no status brasileiro de livre da influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Gripe aviária
Também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral que afeta principalmente as aves aquáticas. No entanto, foi transmitida para mamíferos marinhos e ocasionou mortes no RS. A transmissão para os mamíferos marinhos pode ocorrer em situações específicas como no contato direto dos mamíferos com aves infectadas ou com suas fezes. Além disso, a ingestão de peixes ou outros animais marinhos infectados também é uma provável via de transmissão.

Recomendações para a população
Em nota técnica, a Secretaria da Agricultura orientou a população sobre o controle da influenza aviária. A principal recomendação é não se aproximar, alimentar ou tocar em animais silvestres. No caso de encontrar animais feridos, doentes ou mortos, não chegar perto e não tentar socorrer.

A orientação é contatar o Serviço Veterinário Oficial (SVO) pelo WhatsApp: (51) 98445-2033 (disponível 24 horas por dia, nos sete dias da semana) ou procurar a Patrulha Ambiental (Patram).

A Secretaria de Agricultura também alerta para a prevenção do contato de animais domésticos, como cães e gatos, com animais silvestres, evitando a circulação deles na beira da praia. Em caso de contato com animais marinhos suspeitos ou carcaças, intensificar as medidas de desinfecção e atentar para o aparecimento de sintomas respiratórios nos próximos dez dias.

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