Saúde

Uma alternativa ao tratamento do Parkinson

Neurocirurgião passará a realizar em Pelotas cirurgia que pode dar mais qualidade de vida a pacientes com a doença

Divulgação -

Descrita em 1817 pelo médico inglês James Parkinson, a doença de Parkinson ainda não tem cura. Degenerativa, ela promove alterações na qualidade de vida dos doentes e pode ser tratada por meio de medicamentos. No entanto, a população de Pelotas e região passará a ter como alternativa um procedimento cirúrgico denominado DBS, que pode promover uma melhora no tratamento dos sintomas de parte dos pacientes com a doença.

O neurocirurgião José Schulte explica que a doença é degenerativa e neurológica, ocasionada por uma baixa produção ou captação do neurotransmissor dopamina em determinada região do cérebro, ocasionando reações. “Os elementos químicos que podem produzir o tremor e a rigidez estarão em maior percentual do que a dopamina, e daí é que vem os sintomas”. Com isso, os medicamentos disponíveis atuam para compensar a diminuição da produção ou da captação da dopamina, e podem ser utilizados em conjunto. No entanto, por se tratar de uma doença neurodegenerativa, com processo lento e progressivo, a quantidade dos medicamentos pode ser aumentada, para que sejam atingidos os mesmos resultados obtidos anteriormente. “Tem doentes que tem tomado cinco, seis vezes ao dia a medicação”, cita.

Dessa forma, a cirurgia de nome DBS (Deep Brain Stimulation, na sigla em inglês) funciona a partir da introdução de eletrodos no cérebro do paciente, que, por estímulo elétrico, promove a liberação da dopamina. “Nós esperamos em torno de 66 a 70% da redução da medicação”, afirma Schutle. Para o funcionamento do dispositivo, também é necessário o implante de uma bateria na região do peito do paciente, que pode ser recarregável ou não recarregável, esta com durabilidade de nove a 15 anos. O procedimento tem duração de quatro horas, nas quais em três o paciente permanece acordado, sendo acompanhado por um neurologista. Para a realização da cirurgia é necessária uma avaliação prévia, por meio de uma equipe multidisciplinar, que irá analisar a viabilidade do procedimento no paciente, conferindo aspectos como a saúde mental e cardiológicos, por exemplo. O acompanhamento também é efetuado após a cirurgia, com o intuito de promover a adequação da programação do aparelho ao paciente. “Isso vai trazer qualidade de vida para as pessoas”, define o neurocirurgião.

Pelotas e região

No Brasil, o procedimento é feito desde 2002 e passará a ser realizado em Pelotas e região pelo neurocirurgião José Schulte. Pelotense, o profissional formou-se em Medicina em 1992, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e se especializou em neurocirurgia em Portugal, atuando nos hospitais da Universidade de Coimbra, e no Hospital São João do Porto, onde integrou uma equipe atuante em neurocirurgia funcional, que inclui tratamentos para patologias psiquiátricas, como a depressão major e o transtorno obsessivo-compulsivo, a epilepsia, e para a doença de Parkinson, distonias e tremor essencial. “A mais evidente, a mais frequentemente feita, com mais de 180 mil casos realizados no mundo, é o tratamento cirúrgico da doença do Parkinson pela estimulação dos núcleos da base, a cirurgia DBS”, conta. Após retornar ao Brasil em 2010, o profissional atuou em hospitais na Bahia, no Paraná, em São Paulo e atualmente está na cidade de Cruz Alta, onde também realiza o procedimento. Em Pelotas, atua no Saints Day Hospital.

Indicação do tratamento

Conforme Schulte, a cirurgia é melhor indicada a pacientes com o diagnóstico confirmado de Parkinson, ocorridos em estágio precoce, para pessoas a partir de 40 anos, ou habitual, entre 55 e 65 anos, sem demência e depressão profunda, que usem e reajam bem ao medicamento Levodopa por ao menos quatro anos e passam pelo chamado on/off durante o dia, com variação de ciclos repetitivos em que o medicamento faz e deixa de fazer efeito. A cirurgia também pode ser realizada em pessoas com idades mais avançadas, no entanto, dependerá de avaliação médica. 

Mais detalhes e informações sobre o procedimento podem ser consultadas pelos telefones (53) 3228-6934 ou (53) 98140-1761 (WhatsApp).

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