Sem previsão

Uma ferramenta a menos no controle da natalidade

Município tem 20 homens na lista aguardando pelo procedimento oferecido gratuitamente através do SUS

O planejamento familiar é um direito garantido na Constituição Federal. Preservativos, anticoncepcionais e outros métodos contraceptivos são distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde do município. Quem não pretende ampliar a família pode optar ainda pela vasectomia, procedimento destinado a homens maiores de 25 anos ou que possuam ao menos dois filhos vivos. Apesar de ser oferecida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), Pelotas não tem médicos que realizem o procedimento.

Os urologistas que atendem na rede pública de saúde dão preferência a casos prioritários, como atendimentos oncológicos. Quem explica é Wladimir Durini, diretor de Gestão Ambulatorial e Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Hoje, cerca de 20 homens esperam pelo procedimento na rede pública e não há expectativa de serem atendidos.

Apesar de existirem outros métodos contraceptivos, quase todos oferecidos na rede pública, a vasectomia é um dos procedimentos mais recomendados a quem não deseja ter mais filhos. "É um método bastante seguro (para a prevenção da gravidez) e simples", avalia o urologista Felipe Camacho. É também vantajoso em comparação a outros métodos utilizados pelas mulheres, como o DIU. "É mais barato", afirma o médico. Na rede particular, o custo da operação é em torno de R$ 2,5 mil.

Ainda que a vasectomia seja um procedimento mais simples em relação à esterilização feminina, a laqueadura ainda é mais procurada, afirma Wladimir Durini. Isso ocorre, segundo ele, porque a postura masculina é muito conservadora. "Ainda existe a ideia de que a mulher tem a responsabilidade da anticoncepção", aponta. O assunto também é rodeado de mitos como, por exemplo, de que a cirurgia pode interferir na virilidade masculina. "Isto não encontra fundamentação alguma", frisa.

Depois de feita, há poucas chances de se reverter com sucesso a vasectomia. Por isso, a lei estipula um prazo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a realização do procedimento. O tempo serve para o homem ter a certeza de que realmente quer realizá-lo. De acordo com Felipe, um dos principais motivos para a difícil reversão é a diminuição e até a extinção da produção de espermatozoides - o que não afeta em nada a saúde do homem. É também um procedimento mais complexo e mais caro.

Já as complicações da vasectomia são raras. O urologista cita a possibilidade de surgimento de hematomas na região, geralmente derivados da falta de cuidados pós-operatórios. Felipe indica dois dias de repouso e cinco dias sem exercícios físicos a seus pacientes.

O procedimento
A vasectomia consiste na interrupção da passagem dos espermatozoides do saco escrotal para o líquido ejaculado. Após anestesia local, é feita uma pequena incisão para localizar os canais deferentes, por onde passam os espermatozoides. Eles são cortados e depois amarrados. O médico, então, fecha o corte. O procedimento é rápido e o homem pode sair do local andando. Felipe Camacho ressalta a importância de se usar algum método contraceptivo por 60 dias após a vasectomia.

Saiba mais
A vasectomia é restrita a homens maiores de 25 anos ou que tenham mais de dois filhos vivos. Se o homem for casado, a companheira deve assinar um termo dizendo estar ciente do procedimento. Especialmente na rede pública, quando disponível, o homem passa por acompanhamento multidisciplinar a fim de se ter certeza de que a decisão é a mais adequada a ele.

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