Por Victoria Meggiato
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A Unimed Pelotas é um dos únicos hospitais privados que não cumpriu a legislação referente ao pagamento do piso da enfermagem. De acordo com o Sindisaúde de Pelotas e Região, a Unimed enviou uma proposta, apresentada em assembleia para os trabalhadores, que não foi aceita. O que a instituição quer é parcelar em três anos o piso e diminuir 40% do vale-alimentação. O Serviço de Anestesia de Pelotas (Sap) também não cumpriu com o pagamento e irá receber uma notificação.

Em acordo fechado com o setor privado, 80% do piso será pago em outubro deste ano e 20% em fevereiro de 2024. Em duas assembleias realizadas, a proposta feita pela Unimed foi recusada. A cooperativa, que ainda não cumpriu a lei, pediu uma mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A presidente do Sindisaúde Bianca D'Carla, afirma que eles não veem necessidade e que os trabalhadores já se posicionaram sobre não aceitar o parcelamento. "Nós não temos acordo com a Unimed. Eles teimam em dizer que querem renovar, mas não fecham acordo coletivo com os trabalhadores desde 2017", conta.

Bianca também ressalta que o Sindisaúde aguarda o posicionamento da empresa. "Após a mediação, a gente vai entrar judicialmente pedindo o cumprimento do piso, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal (STF)", garante. Além do parcelamento recusado, os trabalhadores também não aceitam a proposta do acordo geral, que retira diversos direitos adquiridos anteriormente por eles. O sindicato não descarta a possibilidade de uma paralisação em frente à Unimed.

O restante das instituições privadas já estão se adequando ao acordo e aquelas que ainda não conseguiram realizar o pagamento, irão efetuar em folha complementar. Da rede pública e filantrópica, os trabalhadores que não tiveram os seus repasses seguirão recebendo do governo. O Sindisaúde também aguarda a Secretaria da Saúde divulgar a data do repasse que irá colocar em dia os funcionários com valores corrigidos, além das quantias atrasadas daqueles que estavam com cadastro incorreto.

Unimed
Em nota, a Diretoria Executiva da Unimed afirmou que, desde que sancionada a Lei que define o piso salarial dos Enfermeiros e Técnicos em Enfermagem: "Está empenhada em buscar alternativas para conciliar os avanços possíveis na remuneração dos colaboradores, mantendo a sustentabilidade do negócio e das operações."

A empresa ainda destaca que as propostas foram enviadas para os sindicatos que representam as categorias envolvidas, Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde de Pelotas (Sindisaúde) e Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Sergs). Neste momento, aguarda a discussão final de cláusulas sociais com o setor administrativo, que já aprovou a proposta de reajuste salarial, e a homologação do Sindisaúde.

Em relação aos enfermeiros e técnicos em enfermagem, afirma que não houve acordo e a cooperativa lançou mão da prerrogativa legal de solicitar mediação para o Tribunal Regional do Trabalho, cujas datas já foram marcadas. Consideram também que este é o melhor caminho para firmar acordo com a classe e reafirma sua responsabilidade com sustentabilidade social e seu compromisso com as negociações.

Por fim, reitera que "a cooperativa está há 45 anos no mercado e durante toda sua trajetória preservou o compromisso de promover cuidado e saúde para os beneficiários, sempre valorizando os colaboradores. Fato este evidenciado pelos benefícios concedidos pela empresa aos seus colaboradores ao longo de todos estes anos e que impactam de forma significativa as decisões acerca do piso nacional da enfermagem."