Problema

Zona rural de Pelotas volta a sofrer com a falta de energia elétrica

Entre transtornos e prejuízos, moradores ressaltam a invisibilidade da colônia do Município no abastecimento pela distribuidora; manutenção das vias também é outro serviço que gera reclamação

Foto: Agência Brasil - Moradores se queixam da falta de consideração

Sensação de abandono e de impotência diante da situação que já se tornou rotina, é isso que relatam os moradores da Colônia de Pelotas em razão de mais uma semana que se iniciou marcada pela falta de energia elétrica. Na Cascata, no 5º distrito, são inúmeras as reclamações de moradores sobre a queda de luz. Na ocorrência mais recente, eles estão sem eletricidade desde domingo. Já na última semana foram mais de cinco dias desabastecidos. Os prejuízos ainda seriam somados a outros problemas causados pelas péssimas condições das estradas.

Desassistidos de acesso aos itens fundamentais para condições adequadas de residência, na Zona Rural a população sofre pela invisibilidade. Distantes do perímetro urbanos, eles se queixam da falta de consideração e do atendimento em suas reivindicações. Sem energia elétrica, as atividades mais básicas dentro de casa são inviabilizadas e o desconforto torna-se o menor dos problemas. Além das perdas de insumos como alimentos, a indisponibilidade do serviço afeta também o trabalho, multiplicando as perdas diante de uma maioria de moradores que são produtores rurais.

Um dos residentes da Cascata menciona que as quedas constantes de energia já causaram estragos em eletrodomésticos, mas que em comparação com os agricultores, os seus prejuízos são ínfimos. "Lá em nossa região não tem água encanada, todos dependemos de poços e cacimbas e para puxar água e precisamos de luz. Os agricultores precisam no verão aguar as plantações etc", diz Rodrigo Munoz. Ele relata que a situação está "insustentável" e que no último mês foram mais de 20 interrupções e algumas que se seguiram por dias. "Um descaso e uma impotência sem precedentes. Dias e dias faltando luz e não acontece nada, simplesmente estamos abandonados pela CEEE Equatorial, a colônia de Pelotas tem muita gente idosa, pessoas doentes que necessitam do básico que é ter luz."

Nesta semana a energia caiu na noite de domingo e desde então em várias residências ainda não foi restabelecida. A proprietária de uma olaria, Ângela Beloni, explica que as atividades no local não têm como ser executadas sem energia e a cada dia as perdas variam de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. "É que nossa empresa é pequena, logo, para gente já é bastante prejuízo", estima. Moradora da Travessa do Moreira, na Colônia Santa Rita, ela conta que na semana passada o empreendimento só esteve em funcionamento durante um dia. "Esse caos é desde o tempo da CEEE [estatal] e agora a mesma coisa. Toda semana um ou dois dias faltam luz, não tem uma vez que consigamos trabalhar a semana inteira", reclama.

Um problema somado a outro

Quando não é o desabastecimento de energia, há ainda outro problema que dificulta a vida de moradores e de produtores rurais: a precariedade das estradas. Sem vias adequadas, são inúmeras as dificuldades para o escoamento de produção e ainda são maiores os gastos de transporte. Conforme Ângela, o impasse que eles enfrentam é que os caminhões de ferragens desistiram de ir buscar os carregamentos de tijolos. "A estrada está cruel, acho que faz cinco anos que não é patrolada. E acho que a patrola aqui já não adianta mais passar porque não tem valeta e quando chove a água corre no meio da estrada, agora tem umas crateras de 50 centímetros de profundidade."

Outra moradora, Vani Novack, menciona que os caminhões carregados demoram cerca de uma hora e meia para percorrer dez quilômetros devido às péssimas condições. "Para passar um carro pelo outro é obrigado um a parar e caminhão nem se fala. Há anos não fazem roçados nem limpam as valetas."

O que diz a SDR

Conforme o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural, Idemar Barz (PSDB), parte do maquinário do Município destinado para melhorias de estradas rurais está na manutenção. Assim que o problema for resolvido, deverá ser realizada, com urgência, a manutenção da estrada.

No início da noite de terça-feira (20), a assessoria de comunicação da CEEE Equatorial informou à reportagem que o fornecimento de energia elétrica havia sido normalizado durante a tarde.

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