Editorial
Longe do ideal
Nesta segunda-feira (19) retornam as aulas da maioria das instituições de educação da rede pública, estadual e municipal. A criançada deve estar empolgada (nem todos, claro) para reencontrar os amiguinhos, chegar com material novo e toda aquela coisa que envolve o friozinho na barriga que todos já sentimos no início de um ano letivo. No entanto, para muitos, a situação vai ser de adaptação frente a estruturas bastante aquém do que os alunos merecem. Na página 7 da edição deste dia 19, o leitor vê o relato da repórter Victoria Fonseca, com fotos de Volmer Perez, sobre a péssima situação que alguns educandários municipais se encontram.
Todos eles foram acompanhados ao longo do ano passado pelo Diário Popular, em incontáveis reportagens. A ideia de fazer sobre infraestrutura esta matéria sobre retorno às atividades é justamente pela memória de que 2023, o primeiro ano totalmente normal pós-pandemia, foi de muitas dificuldades estruturais nos nossos educandários. Os estaduais também enfrentam muitos problemas, como se sabe. No entanto, o foco, agora, foram os municipais.
Dois deles chamam atenção pela recorrência. A Escola Municipal de Educação Infantil Antônio Caringi foi motivo de reportagem também na volta às aulas do ano passado por ter tido o retorno adiado pelos problemas estruturais. A coisa continua assim! Crianças tendo aulas no refeitório, vagas reduzidas e tudo mais são um sinal de desrespeito com alunos, professores, pais, funcionários, enfim… Já a Escola Municipal de Ensino Fundamental Núcleo habitacional Getúlio Vargas, também acompanhada diversas vezes, ainda em obras, tem as estruturas de contêineres provisórios, que são obviamente um espaço bem longe do ideal para se ter aula.
A educação é a base de tudo. Pelotas busca ser a cidade das crianças, tenta emplacar este slogan e realiza eventos para se firmar como isso. Tudo é muito louvável. No entanto, antes disso, tem que lembrar de fazer o básico, que é oferecer estrutura suficiente para o aluno aprender e evoluir, para o professor lecionar (sem falar em salários…) e para a escola ser um lugar agradável para permanecer. Sem essas soluções que são o pontapé inicial para o todo, nenhuma ideia pensada em gabinete vai para frente. Educação se faz na sala de aula. E sala de aula se faz com estrutura básica. E, com isso tudo, se faz a sociedade do futuro.
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