Editorial

Vamos aproveitar a chance, pelo amor de Deus

Quantos desastres naturais a gente acompanhou ao longo dos anos? São centenas, quiçá milhares, nas últimas décadas. Terremotos, ciclones, furacões, tufões, deslizamentos de terra, ondas gigantes, calor extremo, estiagem, enfim. São incontáveis casos com praticamente sempre o mesmo cenário: destruição, dor, lágrimas e muita gente perdendo a vida, outros tantos tendo que recomeçar do zero. Tudo acontecendo de um segundo para o outro. No entanto, estamos aqui, em Pelotas, vivendo uma oportunidade rara, que tantos outros dariam tudo para ter: uma chance de antever o que está vindo.

A gente sabe há pelo menos seis dias um cenário mais ou menos projetado, com uma estimativa aproximada de ruas e bairros que serão atingidos pela água que escoa desde semana retrasada do Guaíba e, inevitavelmente, vai nos atingir. Sabemos também o pico, entre hoje e quarta-feira, muito provavelmente. São previsões, portanto, imprecisas, mas dão um norte. Neste cenário, Pelotas vive um pequeno milagre diante de cenários de catástrofe ambiental e climática, que é ter a chance de se escapar sem fatalidades. Vai haver destruição, vai haver perda de bens materiais, a cidade vai ser seriamente avariada, mas não precisa ter mortos.

É uma pena ver muita gente ainda duvidando disso e outras tantas enxurradas de notícias falsas ou maliciosas falando sobre a situação. Não dá para entender o que ganha quem cria informação falsa diante de um cenário de desespero, mas certamente se trata de pessoas sem o menor dos escrúpulos e sem um pingo de humanidade. Criar mais pânico diante de uma comunidade já fragilizada é o ápice da maldade. Tente, caro leitor, focar em ignorar, não consumir e não compartilhar este tipo de mensagem. Por vezes, quem repassa não faz por mal, tenta alertar o próximo. Mas há uma necessidade prévia de checar em fontes fidedignas e oficiais.

Estamos, caro leitor, diante de um desastre que já vem acontecendo aos poucos e tende a piorar. Não podemos, neste momento, perder a chance de ao menos sobreviver para, juntos, reconstruirmos nossa cidade. Por favor, ouça o aviso, aproveite a chance que tantos sonham em ter tido e deixem os locais de risco. É uma oportunidade ímpar.

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